Igreja apoia greve geral e convoca fiéis contra reformas
Alguns quadros da Igreja Católica vêm convocando os fiéis a participarem da paralisação geral contra as reformas, marcada para a sexta-feira, 28
A Igreja Católica vem se posicionando de forma crítica em relação as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo Michel Temer. A CNBB (Confederação Nacional de Bispos do Brasil), que já havia se declarado contrária às mudanças na aposentadoria, também apoia a greve geral planejada para sexta-feira no país.
Alguns quadros da Igreja vêm convocando os fiéis a participarem da paralisação contra as reformas, marcada para a sexta-feira, 28. O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, por exemplo, divulgou um vídeo nesta terça-feira conclamando a população para protestar.
“Queridos irmãos e irmãs, homens e mulheres de boa vontade, convoco a todos para que participem no dia 28 de abril, próxima sexta-feira, da grande manifestação contra as reformas trabalhistas e da Previdência Social”, disse. Segundo ele, a classe trabalhadora não pode perder direitos arduamente conquistados, com intensa participação democrática.
Nesta terça, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, afirmou em entrevista que o Congresso tem se mostrado ‘pouco sensível’ ao que a sociedade deseja em relação as reformas.
“O Brasil vive um momento particular de sua história, uma crise ética. Há situações de enorme complexidade nos quais estão envolvidos personagens do cenário político, sem falar da crise econômica que atinge a todos. Como encaminhar mudanças sem o respaldo da sociedade? Propostas de reformas que tocam na Constituição Federal, no sistema previdenciário, na CLT merecem estudo, pesquisa e aprofundamento. Sem diálogo não é possível criar um clima favorável que vise o bem do povo brasileiro”, disse, em nota.
A partir de quarta-feira, 26, bispos se reúnem em Aparecida (SP) para a Assembleia Geral da CNBB para, entre outras coisas, definir um parecer definitivo sobre as mudanças.
A reportagem apurou, entretanto, que a instituição deve manter o posicionamento de apoio em relação a greve geral e contrário às reformas que o governo Temer tenta aprovar no Congresso.