O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) resolveu dar prosseguimento de uma denúncia criminal apresentada contra o IRB Brasil, maior resseguradora do país, em 2020. A acusação é de ocorrência de crime de fraude contábil que teria lesado milhares de investidores a partir de 2020.
Segundo Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa, que representa mais de 400 desses investidores, foi reconhecido pelo MPF que os dados contábeis haviam sido objeto de fraude por diversos anos. A desconfiança começou a pairar sobre a empresa em fevereiro de 2020, quando a gestora Squadra lançou um relatório anunciando que estava se desfazendo de sua participação na empresa por entender que faltava transparência nos números divulgados em seu balanço. No documento apresentado pelo Instituto Empresa, a entidade relata que, em março de 2020, no intuito de acalmar o mercado, o IRB “encenou” que haveria investimento de fundo Berkshire Hathaway, do mulitbilionário Warren Buffett, mas que o aporte foi desmentido posteriormente e a confiança na companhia e em seus papéis desabaram.
“A denúncia criminal tem como objetivo obter uma resposta aos mais de 400 investidores que o Instituto representa em procedimento de arbitragem na B3. A busca é pelo ressarcimento das perdas nas quais sofreram”, diz Silva. “Esse processo criminal, que corre na 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, busca averiguar as condutas à luz do Direito Penal e, eventualmente, punir os responsáveis”, diz Silva.