A fumaça branca finalmente saiu das chaminés do Fed. Na reunião de ontem, o BC americano abriu a porta para o corte de juros na reunião de setembro, afirmando que há mais riscos para o mercado de trabalho com a manutenção das taxas atuais. É hora de aliviar o torniquete.
A ferramenta que mede as apostas para os juros americanos mostra um consenso sobre o corte em setembro, com a maioria esmagadora dos investidores apontando para uma redução de 0,25 p.p.
Passada a notícia, os futuros americanos começam a quinta-feira mais uma vez em alta, celebrando que haverá mais dinheiro circulando pela economia e pelos mercados financeiros.
Trata-se de um excelente jeito de começar o novo mês, após a subida firme dos mercados financeiros em julho. Em Nova York, o dia ainda será de espera pelos resultados financeiros de Amazon e Apple. Com um risco elevado: os balanços dos segundo trimestre das grandes empresas de tecnologia mostraram resultados abaixo do esperado pelo mercado, o que joga uma sombra sobre a capacidade de os mercados financeiros se manterem no azul após a alta significativa acumulada no ano.
E se a tendência é de alta para as bolsas americanas, o mesmo não se pode dizer sobre a Faria Lima. Após subir 3% no acumulado de julho, o EWZ aponta para um começo de agosto no negativo.
O dia é fraco no noticiário econômico. Investidores devem passar algum tempo debruçados sobre o comunicado do Copom que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano, como esperado. O texto trouxe um tom mais duro sobre a necessidade de “vigiar” a inflação, cujas expectativas estão mais altas. Ótimo para a confiança do mercado no compromisso com o controle de preços, péssimo para as ações, que não têm condições de competir em pé de igualdade com uma Selic de 10% ao ano.