Joesley Batista deixa conselho da Alpargatas
Empresa comunicou a escolha de José Vicente Marino, que era suplente de Joesley Batista, para a presidência do conselho
A Alpargatas anunciou as renúncias de Joesley Batista e Vincent Trius de suas cadeiras no conselho de administração da companhia. O primeiro é um dos sócios da J&F Investimentos, controladora da Alpargatas, e que está envolvido em investigação da Polícia Federal sobre denúncias de corrupção. Trius é presidente global de novos negócios da JBS, e também era presidente do conselho da Alpargatas.
Foi comunicada também a renúncia de Eliseo Santiago Perez Fernandes, que era membro suplente do colegiado. Com a saída de Trius, foi escolhido para a presidência do conselho da Alpargatas o conselheiro José Vicente Marino, que era suplente de Joesley.
As declarações de Joesley Batista em meio a delação premiada na Lava Jato trazem incerteza aos mercados e ao cenário político desde a última semana. A notícia de que o executivo teria gravado o presidente Michel Temer dando aval à compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fez o Ibovespa recuar mais de 10% no dia seguinte, em menos de 20 minutos, interrompendo os negócios na bolsa por meia hora. O conteúdo das delações foi divulgado na última sexta-feira, trazendo instabilidade à permanência de Temer na presidência.
As ações da JBS, frigorífico do grupo J&F, vem sofrendo grandes quedas nas suas cotações nas últimas semanas após o envolvimento da empresa em investigações sobre corrupção. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu, desde a última quinta-feira, sete processos administrativos para analisar a conduta da companhia em meio à delação, inclusive com suspeitas de atuação indevida no mercado de câmbio e insider trading.
Procurada por VEJA, a Alpargatas disse que não iria se pronunciar sobre o assunto,
Novo mercado
Em outro documento enviado ao mercado, a Alpargatas anunciou o cancelamento da assembleia de acionistas que estava marcada para o dia 2 de junho, e que tinha dentre seus objetivos conversão das ações preferenciais da companhia em ações ordinárias, e a migração para o Novo Mercado da B3 (antiga BM&FBovespa). A nova classificação tem mais regras sobre governança que a atual da companhia (Nível 1), o que influencia na avaliação do mercado sobre a empresa.
(Com Estadão Conteúdo)