A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) divulgou nota na tarde desta terça-feira, 29, em que afirma que a greve dos caminhoneiros foi “extraordinária”, mas que o movimento começa a sofrer um desgaste desnecessário.
O documento, que representa a opinião do presidente da entidade, Diumar Bueno, aponta que, de forma organizada, a categoria parou o país e ganhou o reconhecimento e o respeito de toda a sociedade. E que o principal, a pauta de reivindicações – entre os itens a redução do preço do diesel e uma nova política de preços para os fretes -, foi plenamente atendida pelo governo.
Na nota, a CNTA informa, assim como fizeram outras associações de caminhoneiros, que em diversos pontos de manifestações os motoristas estão sendo forçados e ameaçados a permanecerem parados. E diz que grupos estranhos ao movimento dos caminhoneiros se infiltraram na paralisação com “outros objetivos”.
“Tudo o que foi conquistado até agora, como a boa imagem da categoria perante a população e as reivindicações atendidas, correm o risco de se perder”, alerta o comunicado emitido pela CNTA.
A confederação entende que a manutenção das manifestações pelas estradas do país só trará prejuízos aos caminhoneiros, e pede, em conjunto com as entidades sindicais que compõem a sua base, a compreensão dos motoristas pelo fim completo das paralisações.
PRISÕES EM FLAGRANTE
Ontem, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Renato Antonio Borges, afirmou que policiais da inteligência da corporação estão infiltrados nos bloqueios dos caminhoneiros para tentar identificar e prender as pessoas que insistem para que os motoristas permaneçam parados.
Segundo Borges, os agentes da PRF perceberam que em alguns pontos de aglomeração os caminhoneiros estão sendo coagidos por falsas lideranças a manter a greve. “Se flagrarmos um desses falsos líderes, faremos a prisão em flagrante da pessoa”, garantiu. O diretor disse, ainda, que, caso haja resistência de um desses “falsos líderes”, os militares, que acompanham as operações de liberação de vias, “garantirão a lei e a ordem”. “Estamos prontos e preparados para garantir a segurança de todo motorista que desejar seguir viagem.”
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também admitiu a possibilidade de haver infiltração política e reforçou que a PRF trabalha para apartá-los do movimento. “A PRF conhece as estradas onde trabalha, conhece quem é líder do movimento caminhoneiro e sabe das infiltrações políticas. Ela está mapeando e não quer cometer nenhuma injustiça. Com muita cautela, vai começar a separar os infiltrados.”