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Mapa do emprego indica retomada irregular entre profissões

Profissão de pedreiro lidera corte de vagas, influenciada pelo mau desempenho da construção civil

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 fev 2018, 19h33 - Publicado em 9 fev 2018, 07h00
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  • O mercado de trabalho fechou 20.832 vagas de emprego com carteira assinada em 2017. Apesar de negativo, o resultado indica quase uma estabilidade na comparação com 2015 e 2016, quando foram eliminados 1,5 milhão e 1,3 milhão de vagas, respectivamente.

    A redução do ritmo de corte de postos de trabalho não aconteceu de maneira igual para todas as profissões. Enquanto para alguns ramos as oportunidades voltaram, outros ainda esperam por dias melhores no mercado de trabalho (ferramenta de VEJA permite pesquisar o comportamento de cada cargo no ano; consulte aqui).

    A carreira que mais sofreu com o corte de vagas foi a de pedreiro, com 33.705 vagas a menos em 2017. A baixa é reflexo do mau momento do setor de construção civil, que demitiu mais que contratou 103.968 trabalhadores no ano passado. A ocupação de mestre de obras também aparece entre as primeiras posições, com 10.924 vagas a menos.

    Como as compras de imóveis exigem grandes investimentos por parte das famílias, o setor ainda não se beneficiou do aumento da confiança dos consumidores e da redução das taxas de juros para elevar as vendas.

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    A estimativa é de que o PIB da construção neste ano oscile entre uma queda de 1% e uma alta de 1%, após uma retração de 6,4% em 2017, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). O desempenho desse ramo tem grande influência no mercado de trabalho. “A construção civil é um setor que contrata muita mão de obra”, lembra José Ronaldo Souza Júnior, diretor de macroeconomia do Ipea.

    As ocupações de nível gerencial também sofreram grandes perdas, como gerente e supervisor, que aparecem em cinco dos dez postos com maiores perdas. Uma explicação possível para esse fenômeno é a busca por mais eficiência. “Nessa crise, houve muita redução de produtividade, com perdas de produção maior que a redução de empregos”, avalia Souza Júnior.

    Indústria

    O comércio foi o setor com o melhor desempenho em termos de vagas criadas, 40.087 ao todo. O setor responde rapidamente aos aumentos e quedas de demanda, mas é preciso lembrar que também demitiu bastante nos últimos anos. O que significa que também pode ter havido reposição de postos cortados em outros anos. “Quando a demanda cai, o empresário demite e para de comprar e de formar estoques”, diz Sergio Lazzarini,  diretor de pesquisa e pós-graduação do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).

    Apesar de a indústria ter registrado o segundo maior fechamento de vagas entre setores, uma ocupação industrial foi líder no ano na criação de vagas: alimentador de linha de produção, com 90.279 postos a mais.

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    A atividade é diretamente relacionada à operação de máquinas, responsável pelo abastecimento dos equipamentos. Segundo o gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Márcio Guerra, o crescimento nessas vagas está ligado ao aumento de demanda em setores ligados mais diretamente ao consumo, como alimentos, plásticos e automóveis. O especialista avalia que essa profissão deve continuar em alta nos próximos meses por haver bastante capacidade instalada nas fábricas sem uso. “Não vai ter investimento enquanto não reduzir a ociosidade”, afirma.

    Outro motivo que deve fazer com que o setor industrial como um todo aumente a geração de vagas é que o ritmo de recuperação é mais lento que no comércio ou nos serviços. Isso porque trabalha com ciclos de produção mais longos. “O varejo bate o caixa todo dia, a indústria planeja um produto e vai entregar daqui um ou dois meses. É mais complicado de contratar e demitir”, diz Claudio Felisoni, coordenador da Fundação Instituto de Administração (FIA).

    Saúde

    A profissão de alimentador industrial é considerada de baixo nível de capacitação. Entre os cargos que exigem nível técnico e superior, o destaque foram profissões relacionadas à saúde. No nível de qualificação média, a primeira posição ficou com técnico em enfermagem (14.778). E as três primeiras posições que exigem nível superior são relacionadas à saúde: enfermeiro, farmacêutico e fisioterapeuta.

    O setor de serviços médicos e odontológicos registra alta nas vagas formais em todos os anos desde o início da série histórica do Caged, em 2002. No último ano, foram 49.192 vagas a mais. Não houve diminuição de vagas nem mesmo em 2015 e 2016, anos em que quase todos os setores registraram baixa.

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    Esse bom desempenho pode ser atribuído ao envelhecimento da população, que passa a exigir mais cuidados médicos. Por isso há aumento no número de clínicas e laboratórios. As inovações tecnológicas do setor também demandam cada vez mais profissionais, pois requerem uma grande infraestrutura de transporte. “Para operar um equipamento de pet scan é preciso ter, além de médico e enfermeiro, um padioleiro [que faz o transporte dos pacientes] e um anestesista” explica Reinaldo Scheibe, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).

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