O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afastou a ideia de ser candidato a presidente caso Michel Temer (PMDB) saia do posto antes do término do mandato. Meirelles afirmou que, apesar de ter seu nome ventilado como uma alternativa, isso não passa de uma hipótese e que está focado em fazer a economia voltar a crescer com as reformas. O ministro aproveitou para mostrar seu apoio ao presidente e frisar que acredita que Temer vai concluir o mandato.
“Passei um ano respondendo se eu seria candidato em 2018 e a resposta era a mesma: eu estou focado no meu trabalho e fazer o país crescer no futuro. E eu não trabalho com hipóteses, trabalho com a realidade e, baseado nisso, nós vamos trabalhando”, disse ele. “Meu cenário base é que o presidente Michel Temer vai terminar seu mandato até 2018 e o fato é que estamos fazendo reformas que extrapolam esse governo e até o próximo”, concluiu.
Henrique Meirelles concedeu a entrevista em evento organizado pela revista EXAME, nesta segunda-feira, sobre a reforma da Previdência. Antes, debateram Marcelo Caetano, secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, e Celso Toledo, economista e diretor da LCA Consultores.
Meirelles elogiou ainda a ex-presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, que pediu demissão na semana passada ao alegar motivos pessoais. Para ele, Maria Silvia conseguiu colocar o banco de fomento novamente nos trilhos.
“Ela mudou os critérios de crédito do banco. Por razões pessoais ela decidiu sair e o Paulo Rabelo de Castro assumiu, que é um economista liberal, então temos a esperança de que o banco vai estar bem preparado”, afirmou.
Reforma da Previdência
Sobre a reforma da Previdência, que o governo Temer tenta aprovar, o ministro da Fazenda afirmou que as mudanças são necessárias para garantir o direito à aposentadoria aos brasileiros. “O Brasil precisa da reforma da Previdência para garantir que todos recebam sua aposentadoria no futuro”, disse.
Para Meirelles, a reforma deve ser aprovada pelo Congresso em meados deste ano, mas não haverá problema fiscal caso a votação atrase.
“A data anunciada pelo presidente [da Câmara] Rodrigo Maia (DEM-RJ) , em junho, é a nossa expectativa que ele vá de fato colocar em votação já na primeira quinzena do mês. Dito isso, o que eu tenho dito que a reforma é algo de efeito por décadas, portanto do ponto de vista fiscal, os efeitos dos países na economia, não serão 3,4,5 meses que farão efeitos extravagantes”, afirmou.
As declarações do ministro foram ao encontro das afirmações dadas pelo secretário da Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, que disse não haver plano B para a reforma e que a expectativa é de que ela seja aprovada ainda no primeiro semestre.
“Eu fui surpreendido por essa notícia no jornal [sobre um possível plano B], o secretário Marcelo também. Falei hoje com o presidente [Michel Temer], com o ministro [Eliseu] Padilha e estão todos surpreendidos. Não é real”, concluiu.