Mercado aposta em ritmo de queda mais forte para a Selic
Analistas e especialistas apostam que o Banco Central vai intensificar o ritmo de cortes para 1 ponto porcentual na reunião do Copom, que começa hoje
Analistas de mercado e especialistas em economia apostam que o Banco Central vai intensificar o ritmo de corte da Selic para 1 ponto porcentual já nesta quarta-feira.
A taxa básica de juros está em 12,25%, após um ciclo de redução iniciado em agosto de 2016, quando estava fixada em a 14,25%. Desde então, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu a Selic duas vezes em 0,25 ponto percentual, e duas vezes em 0,75 ponto percentual.
O Copom se reúne entre hoje e amanhã e a previsão é que a decisão sobre os juros seja divulgada às 18h da quarta. O órgão tem justificado as reduções cada vez mais altas pelo comportamento da inflação. Nos últimos meses, os preços tem subido cada vez menos, segundo o IBGE.
Para o economista da Faculdade Fipecafi, Raphael Piza, o BC deve acompanhar a estimativa apontada no último Boletim Focus, que indica expectativa por mais quedas na inflação ao longo do ano. “No momento não existem elementos que comprovem pressão inflacionária e a tendência para o fim do ano é que a taxa Selic fique em torno de 9%”, afirma Piza.
Segundo a levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a queda de 1 ponto porcentual na Selic é dada como certa, e o ritmo pode até se intensificar nas próximas reuniões. “A expectativa predominante é que o Copom reduza o juro em 1 ponto percentual esta semana, embora vários membros do comitê argumentem que haveria espaço para uma queda maior”, diz Marcelo Carvalho, presidente do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da instituição.
Para a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), embora o mais provável é que a Selic caia para 11,25%, essa redução teria pouco efeito em relação aos juros. “Este fato ocorre uma vez que existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores, que, na média da pessoa física atingem 154,72% ao ano provocando uma variação de mais de 1.100,00% entre as duas pontas”, afirma o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da instituição, Miguel José Ribeiro de Oliveira.
A Selic é a taxa usada como referência para definir os juros pagos em diversos contratos do sistema financeiro, de empréstimos para a compra de imóveis a cartões de crédito. Ela é definida em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que é parte do Banco Central, em reuniões que ocorrem a cada 45 dias. O BC altera a taxa básica de juros para controlar a inflação, por meio da influência que a Selic têm na oferta de dinheiro disponível no mercado.