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Mercado financeiro corta projeção do PIB de 2020 para 2,23%

Apesar da cautela, economistas apostam no maior crescimento da economia desde 2013; previsão para a inflação caiu pela sétima vez seguida

Por Larissa Quintino Atualizado em 17 fev 2020, 10h20 - Publicado em 17 fev 2020, 09h24

Economistas e das principais instituições financeiras do país reduziram a expectativa de crescimento da economia para 2020. A projeção do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,30% na semana passada para 2,23%. A informação consta do boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central que traz projeções de especialistas para os principais indicadores econômicos.

Para 2021, a estimativa de inflação se mantém em 2,50%. Apesar da revisão, o mercado financeiro continua apontando otimismo, ainda que com grau adicional de cautela, com a recuperação econômica. Caso a projeção se confirme, será o maior crescimento desde 2013, quando o PIB avançou 3%.

A revisão alinha um pouco as expectativas devido a dados conflitantes da recuperação econômica no fim de 2019 – e que puxa o início da retomada de 2020. Se por um lado o desemprego vem apresentando queda, a produção industrial fechou o ano passado com baixa de 1,1%. O comércio, que se recuperou, teve ritmo mais lento que nos anos anteriores. A revisão do dado do PIB de 2020 vem após o Banco Central indicar que a atividade econômica caiu em dezembro, ficando em 0,21%.

Além do PIB, os economistas reduziram mais uma vez a perspectiva para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nesta semana, os economistas estimam a inflação oficial do país em 3,22%, abaixo do patamar de 3,25% da semana anterior. É a sétima redução consecutiva. A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4% em 2020. Para 2021, a meta é 3,75% e, para 2022, 3,50%. O intervalo de tolerância para cada ano é 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo – ou seja, em 2020, por exemplo, o limite mínimo da meta de inflação é 2,5% e o máximo, 5,5%.

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Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 4,25% ao ano. Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic, pela quinta vez seguida, com corte de 0,25 ponto percentual. Para o mercado financeiro, a Selic deve ser mantida no atual patamar até o final deste ano, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira.

Em 2021, a expectativa é de aumento da taxa básica, encerrando o período em 6% ao ano. Para o final de 2022 e 2023, a previsão é 6,5% ao ano. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi mantida pelos economistas em 2,30% no final deste ano. O mercado financeiro prevê para a cotação do dólar esteja em 4,10 reais no fim deste ano.

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