Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Mercado financeiro reage mal ao desentendimento entre Bolsonaro e Guedes

Ibovespa fecha em queda de 1,46%, a 100.647 pontos; com aumento do risco fiscal após crítica pública do presidente a plano da equipe econômica

Por Luisa Purchio 26 ago 2020, 20h36
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Após mais um dia de sinais fortes de desalinhamento entre o governo Bolsonaro e a equipe econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, o Ibovespa  teve queda significativa nessa quarta-feira, 26. A bolsa brasileira caiu para abaixo de 100 mil pontos por volta das 14h45, mas recuperou as perdas no final da tarde e caiu 1,46%, a 100.647 pontos. A queda drástica ocorreu após a fala do presidente Jair Bolsonaro em um evento em Minas Gerais criticando publicamente os planos de Guedes para o Renda Brasil. O programa social que prevê fim de alguns benefícios, entre eles o abono salarial, se tornou controverso na visão do presidente, que está trabalhando para aumentar sua popularidade. Na visão de Bolsonaro, acabar com programas já existentes para engendrar um novo com valor considerado baixo por ele não vale a pena. “Está suspenso. Vamos voltar a conversar. A proposta como a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento”, disse o presidente, afirmando ainda que não concorda em transferir dinheiro de “pobre” para “paupérrimo”.

    O que mais preocupa o mercado financeiro é que a falta de um consenso entre a agenda política e desenvolvimentista de Bolsonaro e a equipe de Paulo Guedes, de olho no ajuste fiscal do país. “Esse conflito sinaliza que pode vir um gasto público maior que se imagina, agravando a questão fiscal”, diz Paloma Brum, analista da Toro Investimentos. O equilíbrio fiscal é a pedra fundamental para o desenvolvimento econômico de um país emergente como o Brasil, e está cada vez mais em xeque. No primeiro semestre de 2020, a dívida bruta do governo já soma 6,15 trilhões de reais, 85,5% do PIB, e pode chegar a 100% do PIB até o final do ano, com déficit público no governo Federal de 817,8 bilhões. Quando somados à conta estados e municípios, o déficit público pode chegar a 912,4 bilhões de reais, ou seja, 13,2% do PIB – já incluindo projeção de 154,4 bilhões de reais da extensão do auxílio emergencial.

    “A preocupação dos investidores é que o maior endividamento do governo sem deixar claro como pagará a conta incorrerá em taxas de juros mais altas”, diz Brum. Essa preocupação se refletiu na alta dos juros longos nesta quarta-feira. O DI para janeiro de 2025 terminou o dia em alta de 3,8%, a 5,98%, a maior desde o final de maio. Quando o número está alto significa que os investidores estão cobrando uma alta taxa de retorno para investir no país. Acompanhando a subida, o dólar comercial fechou em alta de 1,62%, a 5,6164 reais, a maior desde o dia 20 de maio.

    Continua após a publicidade

    Papéis descem

    Apenas oito papeis da bolsa brasileira terminaram o dia em alta hoje. A Hering teve leve alta, mas fechou praticamente no zero a zero, e a Raia Drogasil com alta de 0,47%. Já a NotreDame Intermédica teve alta de 3,24% após a aquisição de uma nova companhia, o mesmo que ocorreu com a Magazine Luiza, que fechou em alta de 2,44%. Já Marfrig, Suzano, Vale e Klabin subiram por pertencerem a setores resilientes em momentos de maior aversão ao risco e, por serem exportadoras, se beneficiam do aumento do dólar. A Tutvs, por sua vez, única representante de tecnologia do Ibovespa, que vem crescendo desde março, fechou em mais alta de 0,93%.

    Impulsionadas pelo setor de tecnologia, muito mais presente no mercado dos EUA, as bolsas americanas tiveram alta. A Nasdaq bateu mais um recorde e fechou em alta de 1,73%, a 11.665,06 pontos. Já o S&P 500 subiu 1,02%, a 3.478,73 pontos, e

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.