Economistas consultados pelo Banco Central elevaram a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 9, a economia brasileira deve avançar 1,1%. A estimativa anterior era de crescimento de 0,99%. Caso a expectativa se confirme, a economia do país terá o mesmo patamar de 2018.
A revisão da previsão de crescimento ocorre na semana após a divulgação dos resultados do PIB do 3º trimestre, que cresceu 0,6% no período entre julho a setembro. O IBGE, entretanto, deve revisar o número, já que o resultado não considera a alteração de dados das exportações, feita pelo Ministério da Economia após um erro na transmissão dos informes sobre o setor. A situação levou o jornal britânico Financial Times a colocar em xeque a credibilidade dos dados econômicos brasileiros e causa mal-estar na pasta.
Apesar da confusão, a revisão do PIB do 3º trimestre deve elevar o desempenho da economia no ano, já que os dados de exportações considerados pelo IBGE vieram ruins para o período. Para 2020, os economistas elevaram a estimativa de crescimento econômico de 2,22% para 2,24%.
Inflação
O relatório divulgado nesta segunda-feira também traz revisão na expectativa de inflação para esse ano. Segundo o Focus, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 3,84%, na semana passada a estimativa era de 3,52%. A estimativa foi revista após o resultado de novembro, que contou com a aceleração da inflação devido a disparada do preço da carne bovina. A expectativa segue abaixo da meta central, de 4,25%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%. Para 2020, o mercado financeiro manteve em 3,60% sua previsão. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4%, tendo tolerância entre 2,5% e 5,5%.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 subiu de 4,10 para 4,15 reais por dólar. Na sexta-feira, a moeda americana fechou abaixo deste valor, em 4,14 reais, em uma semana de estabilização do preço após ter batido vários recordes seguidos de alta em novembro.
A única projeção mantida para 2019 foi a dos juros. O mercado estima que a Selic encerre 2019 a a 4,5% ao ano. No comunicado da redução da Selic de 5,5% para 5%, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que deve cortar a Selic em mais 0,5 ponto percentual em dezembro para estimular a retomada da economia, que continua com alto grau de ociosidade. O Copom se reúne nesta semana e deve anunciar na quarta-feira a taxa de juros. Para 2020, o mercado também projeta a Selic a 4,5% ao ano.