Mercado prevê inflação e crescimento econômico maiores para 2019
Expectativa para o IPCA sobe de 3,86% para 3,98%, pela sétima semana seguida, segundo o boletim Focus; projeção é que PIB feche o ano com avanço de 1,16%
O mercado financeiro passou a prever inflação e crescimento da economia maiores para este ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 23. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu de 3,86% para 3,98% – é o sétimo aumento consecutivo. A mudança acontece na esteira da pressão de alta dos preços das carnes. Apesar do aumento da estimativa, a inflação ainda fechará o ano dentro do estabelecido pelo governo. O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento para este ano passou de 1,12% na semana anterior para 1,16% nesta – é o terceiro ajuste consecutivo. Se concretizado, esse avanço de 2019 ficará no mesmo nível dos dois anos anteriores, porém bem abaixo do que esperavam economistas no começo do ano, após o otimismo com a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Para 2020, as estimativas não param de ser corrigidas. Agora, os economistas preveem um crescimento de 2,28% — a sétima alta consecutiva. Para os anos seguintes, não houve alteração em relação à pesquisa anterior: 2,50% para a previsão de crescimento em 2021 e em 2022.
A estimativa para a cotação do dólar caiu de 4,15 reais para 4,10 reais no final deste ano, e permanece em 4,10 reais no encerramento de 2020. Todas essas informações constam do boletim Focus, uma pesquisa semanal do Banco Central que traz as projeções de uma centena de instituições finaceiras e de economistas para os principais indicadores econômicos.
A pesquisa semanal mostra ainda que a taxa básica de juros deve encerrar 2020 a 4,50% ao ano. O BC cortou a Selic em 0,5 ponto percentual pela quarta vez consecutiva em sua última reunião deste ano, levando-a à nova mínima histórica de 4,5%. A autoridade monetária indicou cautela em relação aos juros daqui para a frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto. Por sua vez, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a Selic a 4,25% em 2020, apostando em mais um novo corte do BC em fevereiro.