Mercado prevê inflação maior e PIB abaixo de 2% neste ano
Greve dos caminhoneiros teve impacto nas projeções; previsão de inflação subiu de 3,65% para 3,82% e o crescimento do PIB caiu de 2,18% para 1,94%
Os economistas do mercado financeiro aumentaram, mais uma vez, as projeções de inflação e diminuíram a expectativa de alta do produto interno bruto (PIB) para este ano, conforme Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 11, pelo Banco Central.
As novas projeções levam em consideração o impacto da greve dos caminhoneiros, que provocou o desabastecimento em todo o país e, consequentemente, teve reflexo direto nos preços de alguns produtos, como combustíveis e alimentos.
A previsão de inflação para este ano subiu de 3,65% para 3,82%. Há quatro semanas, o mercado previa um IPCA (índice que mede a variação de preços e a inflação oficial no Brasil) de 3,45%. Para 2019, a estimativa foi ampliada de 4,01% para 4,07%.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está próxima do piso da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3% a 6%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).
Conforme o BC, os preços administrados foram elevados a 6% neste ano. Antes estavam em 5,6%. Os economistas, no entanto, mantiveram a previsão para o dólar em 3,50 reais no fim de 2018 e também em 2019. Vale destacar que no fim da semana passada o Banco Central realizou intervenção extra no mercado e conseguiu segurar a cotação da moeda americana, que vinha em trajetória de alta. As ações da autarquia monetária devem continuar nesta semana.
Para o PIB, as projeções apontam para aumento de 1,94% neste ano, ante 2,18% previstos na semana passada. Para 2019, a estimativa também foi reduzida de 3% para 2,8%.
Para os economistas, a Selic deve ficar em 6,5% neste ano. Para 2019, a expectativa foi mantida em 8%.