As projeções de crescimento da economia brasileira para este ano seguem em declínio ao mesmo tempo em que as expectativas são de aumento da inflação, conforme Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 18, pelo Banco Central.
Os economistas do mercado financeiros começaram a rever suas projeções devido ao impacto da greve dos caminhoneiros, que provocou o desabastecimento em todo o país e, consequentemente, teve reflexo direto nos preços de alguns produtos, como combustíveis e alimentos.
As perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) apontam para aumento de 1,76% neste ano, ante 1,94% previstos na semana passada. Para 2019, a estimativa também foi reduzida de 2,80% para 2,70%.
A previsão de inflação para este ano subiu de 3,82% para 3,88%. Há quatro semanas, o mercado previa um IPCA (índice que mede a variação de preços e a inflação oficial no Brasil) de 3,50%. Para 2019, a estimativa foi ampliada de 4,07% para 4,10%.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está próxima do piso da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3% a 6%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).
Conforme o BC, os preços administrados foram elevados a 6,16% neste ano. Antes estavam em 6%. Os economistas também ampliaram a previsão para o dólar de 3,50 reais no fim de 2018 para 3,63 reais. E para 2019 subiu para 3,60, ante 3,50 anterior. Vale destacar que na semana passada o Banco Central realizou intervenções extras no mercado e conseguiu segurar a cotação da moeda americana, que vinha em trajetória de alta. As ações da autarquia monetária devem continuar nesta semana.
Para os economistas, a Selic deve ficar em 6,5% neste ano. Para 2019, a expectativa foi mantida em 8%.