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Metade dos brasileiros só tem ensino fundamental, diz IBGE

Levantamento aponta que há 11,8 milhões de analfabetos no país; pretos e pardos são os que enfrentam as piores condições

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 21 dez 2017, 12h59 - Publicado em 21 dez 2017, 11h17
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  • Metade dos brasileiros adultos não frequentou a escola além do ensino fundamental, segundo os dados sobre educação da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. De acordo com o levantamento, existem 11,8 milhões de analfabetos no país, e as dificuldades atingem mais pretos e pardos que brancos.

    Realizada em 2016, a pesquisa leva em consideração pessoas de 25 anos ou mais, porque são cidadãos que já poderiam ter concluído o processo regular de escolarização. No Brasil, 51% da população de 25 anos ou mais possuía o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,3% tinham o ensino médio completo ou equivalente; e 15,3%, o superior completo.

    Em 2016, o número médio de anos de estudo para essa faixa etária foi de 8 anos. No nordeste, apenas 6,7 anos. Com relação à cor ou raça, mais uma vez a diferença foi considerável, 9 anos de estudo para as pessoas brancas e 7,1 anos para as pessoas de cor preta ou parda.

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    “As pessoas brancas historicamente sempre tiveram mais acesso a educação. O rendimento das pessoas brancas é historicamente muito maior, então eles acabam tendo mais oportunidade”, disse Helena Monteiro, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

    Região

    O Plano Nacional de Educação instituído pela Lei n. 13.005, de 2014, estabelece como uma das metas para 2024 que a escolaridade média da população de 18 a 29 anos alcance 12 anos, no mínimo, para alguns grupos mais vulneráveis, entre eles as pessoas pretas ou pardas e a população da região nordeste. Além disso, a meta estipula a igualdade da escolaridade média entre as pessoas pretas ou pardas e as pessoas não pretas ou pardas.

    Em 2016, no grupo de 18 a 29 anos, o número médio de anos de estudo foi de 9,4 anos para a região nordeste e de 9,6 anos para as pessoas pretas ou pardas. Por outro lado, entre as pessoas brancas de 18 a 29 anos, a média alcançou 11 anos de estudo. A região sudeste apresentou a maior média de escolaridade entre as grandes regiões, 10,7 anos. “Os dados refletem muito as diferenças tanto regionais quanto históricas no País”, ressaltou Marina Aguas, também analista do IBGE.

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    Idade

    Quando o corte etário é ampliado para 25 anos ou mais, as regiões norte e nordeste registraram os maiores porcentuais de pessoas sem nenhuma instrução (14,5% e 19,9%, respectivamente). As maiores proporções de nível superior completo ocorreram nas regiões centro-oeste (17,4%) e sudeste (18,6%).

    Na região nordeste, 52,5% da população não alcançaram o ensino fundamental completo, ao passo que na região sudeste 51,1% tinham pelo menos o ensino médio completo.

    Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução se mostraram ainda maiores: enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo. No nível superior completo, ocorreu o fenômeno oposto: 22,2% das pessoas brancas tinham terminado a graduação, mas entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%.

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