A greve geral contra a proposta de reforma da Previdência convocada pelas centrais sindicais para sexta-feira, 14, conta com apoio de metroviários, ferroviários, motoristas e cobradores de ônibus, que já decidiram pela participação ao movimento em assembleias. Motoristas da Grande São Paulo e Baixada Santista e de outras cidades do estado também prometem parar. O Metrô conseguiu liminar para manter no minimo 80% do quadro de servidores nos horários de pico e 60% no restante. A CPTM conseguiu liminar para manter 100% do quadro durante todo o horário de operação, de acordo com a Secretaria de Transportes Metropolitanos.
“Colocar parte do sistema em funcionamento é um grande risco. Colocar um número de trens insuficiente para levar a população pode criar muitos problemas de segurança. Na audiência, vamos ponderar tudo isso com o tribunal”, afirma o coordenador geral do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo, que participará da reunião marcada para o início da tarde de quarta-feira, 12, no Tribunal Regional do Trabalho. Os funcionários do Metrô voltam a se encontrar na quinta-feira, 13, para organizar a greve e discutir os efeitos da liminar, segundo Fajardo. “Essa é uma forma de tentar impedir que se realize a greve”, diz.
Responsável pelo planejamento e organização do transporte urbano de passageiros nas cinco regiões metropolitanas paulistas – São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba e Litoral Norte e região metropolitana de Sorocaba -, a Secretaria de Transportes Metropolitanos repudiou a greve. “Serão adotadas as medidas judiciais necessárias para garantir o transporte dos passageiros. Esta Pasta considera o objetivo da paralisação ideológico e conta com o bom senso das categorias para que não prejudiquem mais de 7 milhões de trabalhadores que dependem diariamente do Metrô e da CPTM”, disse em nota.
A SPTrans, gestora do sistema de transporte público por ônibus da cidade de São Paulo, informou que acompanha a divulgação da adesão pelo sindicato e fará todos os esforços para garantir o deslocamento da população.
A reforma altera pontos importantes, como o fim da aposentadoria por tempo de contribuição, obrigatoriedade de idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 20 anos e acaba com o cálculo para chegar ao benefício baseado nos 80% dos maiores salários, entre outros.
Bancários e financiários de São Paulo, Osasco e Região decidiram nesta terça-feira, 11, aderir à greve. A categoria se reuniu em assembleia no Centro de São Paulo.
O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) também convocou a categoria a parar. No entanto, o sindicato salienta que por se tratar de um setor essencial, os trabalhadores devem se organizar para manter uma escala com ao menos 30% dos profissionais.
A SuperVia, concessionária que opera os sistemas de trens urbanos, metrô, VLT e barcas no Rio de Janeiro, informou que seus trens vão funcionar normalmente e disse que vai monitorar o fluxo de passageiros durante o dia e poderá realizar viagens extras, caso seja necessário.