Apesar de a Petrobras ter um sólido estatuto social e governança interna, o que dificulta a implementação de mudanças radicais na empresa, a alteração no comando da estatal, as discussões para fusões e aquisições e o crescimento “morno” da produção entre 2024 e 2025 podem desencorajar o mercado de ter uma visão mais otimista para as ações da companhia no curto prazo. A leitura consta em relatório do Santander distribuído nesta sexta-feira, 24, a clientes.
“Agora, nós vamos monitorar se mais diretores da Petrobras serão substituídos, como, por exemplo, nas áreas de exploração e produção, engenharia, governança e transição energética”, afirmam os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz no relatório.
Ainda de acordo com o documento, apesar de o Santander ver a ação da Petrobras sendo negociada com um dividend yield (rentabilidade com dividendos) de aproximadamente 13%, a distribuição de proventos em 2025 será provavelmente mais limitada, com um dividend yield caindo para a faixa de 8% a 10%. Isso se dá diante do potencial de taxações fiscais contra a companhia, como no caso das negociações em aberto no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) — a empresa sofreu uma multa bilionária pelo órgão referente à cobrança de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Além disso, prosseguem os analistas, a limitação para distribuição de dividendos no ano que vem poderá ser afetada pela agenda de novas fusões e aquisições da companhia, em meio à falta de catalisadores positivos para a ação, visto que os preços do petróleo seguem estáveis.
A atual recomendação do Santander para os papéis da Petrobras é neutra, com preço-alvo de 18 dólares por ação — o que equivale a um potencial de alta de 20,9% em relação aos atuais preços em dólar.