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Na ponta da tecnologia, 20 empresas são exemplos de inovação no país

A capacidade de criar novidades e se reinventar o tempo todo é chave para o sucesso dessas companhias

Por Ernesto Yoshida
Atualizado em 3 jun 2024, 16h42 - Publicado em 26 abr 2024, 06h00
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  • Esta lista integra a reportagem As 100 empresas mais influentes do Brasil, capa da primeira edição de VEJA NEGÓCIOS. Clique aqui para conferir a lista completa.

    Albert Einstein

    O hospital paulista é apontado como o melhor da América Latina e 28º no mundo

    O Albert Einstein foi eleito o melhor hospital da América Latina e do hemisfério sul e o 28º do mundo em um ranking deste ano da revista americana Newsweek, que avaliou 2 400 hospitais em trinta países. Os organizadores levaram em conta critérios como qualidade e segurança em saúde, inovação tecnológica e satisfação dos pacientes. Foram entrevistados mais de 85 000 especialistas médicos, além da utilização de dados públicos de pesquisas com pacientes e outras métricas, como o grau de inovação tecnológica e a produção de conhecimento. O Albert Einstein tem compartilhado sua expertise com o sistema público de saúde. No fim de março, o governo de Pernambuco anunciou que vai contratá-lo para prestar serviço de consultoria na gestão de seis grandes hospitais da rede estadual de saúde.

    Bodytech

    A rede de academias aposta em parceria com a empresa de benefícios Gympass para crescer no segmento corporativo

    A Bodytech é uma rede de academias que nasceu no Rio de Janeiro, em 2005, e conta atualmente com 92 salas de ginástica distribuídas em dezessete estados, totalizando 150 000 alunos. Em 2023, teve uma receita líquida de 437 milhões de reais. A empresa tem visto sua base de clientes crescer graças, entre outras iniciativas, ao segmento infantil e à parceria com a empresa de benefícios Gympass para alcançar o público corporativo, além do investimento em tecnologia realizado nos últimos anos. O BTFit, um aplicativo de atividades físicas, já teve mais de 2 milhões de downloads. O mercado fitness brasileiro está entre os que mais crescem no mundo, mas a concorrência também é alta, de acordo com o estudo IHRSA Latin American Report, de 2022. O país concentra mais da metade das academias latino-­americanas, com 34 500 unidades. No total, 20 milhões de pessoas na América Latina frequentam as 65 000 academias espalhadas pela região.

    BYD

    Montadora chinesa planeja investir 5,5 bilhões de reais no Brasil e popularizar veículos elétricos

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    A BYD, marca automotiva chinesa fundada em 1995 e que nos últimos meses de 2023 superou a americana Tesla como líder em vendas de carros elétricos no mundo, também entrou forte no mercado brasileiro. Em março, anunciou seu plano de investir 5,5 bilhões de reais nos próximos anos no país. Até o fim de 2025, os primeiros veículos da BYD (abreviatura para Build Your Dreams, ou “construa seus sonhos”) devem começar a ser montados em Camaçari, na Bahia. A capacidade anual instalada da fábrica é de 150 000 veículos na primeira fase — e poderá chegar a 450 000. Em 2023, a BYD bateu recorde de vendas de veículos elétricos no Brasil, com um total de 10 274 unidades, o que representou 52% do total comercializado no ano no mercado local.

    Embraer

    A empresa aumenta a produção de aeronaves com a retomada do mercado mundial de aviação comercial

    Linha de montagem da Embraer: jatos executivos, aviões militares e comerciais
    Linha de montagem da Embraer: jatos executivos, aviões militares e comerciais (Paulo Fridman/Bloomberg/Getty Images)

    Uma das principais empresas brasileiras de tecnologia, a Embraer pretende concorrer cada vez mais com a europeia Airbus e a americana Boeing, que lideram o mercado global de fabricação de aeronaves comerciais. Em 2023, a empresa sediada em São José dos Campos, no interior de São Paulo, faturou 26 bilhões de reais, registrando um crescimento de 11% em relação a 2022. Ao longo do ano, entregou 181 aeronaves, sendo 64 aviões comerciais, 115 jatos executivos e 2 C-390 militares, um aumento de 13% em relação ao período anterior. Para este ano, a Embraer espera desempenho ainda melhor, com a entrega de 125 a 135 aeronaves da aviação executiva e de 72 a oitenta aviões comerciais. O mercado de aviação comercial está aquecido no pós-pandemia, com a retomada dos voos, ainda que a cadeia de suprimentos ofereça desafios.

    Fleury

    Uma recente fusão fortalece o negócio do grupo de medicina diagnóstica, que planeja a expansão nacional dos serviços

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    O ano de 2023 foi histórico para o grupo de medicina diagnóstica Fleury, que concluiu em abril sua fusão com o Instituto Hermes Pardini, criando uma empresa com receita líquida de quase 6,5 bilhões de reais, com alta de 45% em relação ao ano anterior e lucro de 424 milhões de reais, 37,6% mais do que em 2022. O Fleury surgiu em 1926 como um laboratório de análises clínicas e, ao longo dos anos, evoluiu para ofertas completas de diagnóstico de saúde em suas unidades de atendimento. O grupo atua em treze estados e planeja aumentar sua presença nacionalmente. De 2016 para cá, fez dezesseis aquisições, resultando em uma companhia com mais de 23 000 funcionários e de 4 600 médicos. A Novos Elos, sua mais recente unidade de negócios, tem crescido consistentemente, com a oferta de serviços como ortopedia, oftalmologia, medicina reprodutiva e oncologia.

    Google

    Em meio a desafios regulatórios, o gigante de tecnologia aposta em inteligência artificial

    Sucesso financeiro: a Alphabet, dona do Google, teve lucro de 74 bilhões de dólares no ano passado, 23% mais que em 2022
    Sucesso financeiro: a Alphabet, dona do Google, teve lucro de 74 bilhões de dólares no ano passado, 23% mais que em 2022 (Google/Divulgação)

    Uma das empresas mais valiosas do mundo, a americana Alphabet, controladora do Google, encerrou 2023 com uma receita de 307 bilhões de dólares, 9% mais que no ano anterior. O lucro foi de 74 bilhões de dólares, um avanço de 23% sobre 2022. O gigante de tecnologia atribuiu boa parte do seu sucesso financeiro aos investimentos que tem realizado em inteligência artificial e inovação. O Bard, ferramenta do Google de IA generativa e concorrente do ChatGPT, da OpenAI, foi rebatizado como Gemini e já conta com aplicativo disponível no navegador e em celular para oferecer respostas, seguindo os comandos dos usuários. Há, no entanto, vários desafios a ser enfrentados, a começar pela regulamentação dessa tecnologia, ainda em discussão em todo o mundo. A União Europeia aprovou recentemente o AI Act, que está para entrar em vigor. A expectativa é que a legislação europeia sirva de modelo para a regulação em outras jurisdições, como a brasileira.

    Huawei

    Chinesa que é líder em equipamentos de telecom investe fortemente em pesquisa

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    Fundada em 1987 na cidade de Shenzhen, na China, a Huawei é uma fornecedora global de tecnologia que faturou 97 bilhões de dólares em 2023. A empresa valoriza a inovação. Somente no ano passado, investiu quase 23 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento, o que representou 23% de sua receita anual. No Brasil, onde está presente há 25 anos, a Huawei é a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações, com participação de mercado superior a 50%, o que se deve ao atendimento às principais operadoras e provedores de internet do país. As unidades industriais brasileiras são duas. Na cidade paulista de Jundiaí, a Huawei tem uma fábrica automatizada com tecnologias como cloud, 5G, inteligência artificial e internet das coisas, voltada à produção de equipamentos de redes móveis. E em Manaus são produzidos equipamentos de banda larga fixa e de fibra óptica.

    iFood

    A empresa brasileira de entrega de comida está entre as maiores do mundo e atende 43 milhões de consumidores em 1 700 cidades

    Entregador do iFood em ação: 250 000 deles são conectados pelo aplicativo a 330 000 restaurantes
    Entregador do iFood em ação: 250 000 deles são conectados pelo aplicativo a 330 000 restaurantes (Roberto Casimiro/Fotoarena/.)

    Empresa dedicada à entrega de comida, o iFood registra mais de 80 milhões de pedidos entregues por mês, viabilizados por meio de sua plataforma digital, que conecta 43 milhões de consumidores a restaurantes, lojas e entregadores. São mais de 330 000 estabelecimentos cadastrados e 250 000 entregadores conectados em mais de 1 700 cidades no Brasil — números que colocam o iFood, fundado em 2011, entre os maiores do mundo no setor. Segundo uma estimativa feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o iFood movimentou, direta e indiretamente, 97 bilhões de reais na economia em 2022, ou 0,53% do PIB. Nos últimos meses, a regulamentação do trabalho por aplicativo tem gerado controvérsias. Um projeto de lei encaminhado pelo Executivo ao Congresso prevê uma remuneração mínima para os motoristas que prestam esse tipo de serviço. Em um primeiro momento, os entregadores de apps de delivery não foram incluídos na proposta de regulação que está tramitando no Congresso.

    Inter

    O banco digital obtém um lucro líquido recorde com foco em tecnologia e aumento da carteira de crédito

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    O banco Inter, que nasceu 100% digital, obteve lucro recorde em 2023, de 352 milhões de reais, impelido pelo aumento da sua carteira de crédito. Fundado em 1994 por Rubens Menin, também fundador da construtora MRV, o banco tem um plano de negócios chamado de 60-30-30: até 2027, chegar a 60 milhões de clientes, com 30% de índice de eficiência e um retorno sobre o patrimônio líquido de 30%. As inovações do setor financeiro nos últimos anos podem ser atribuídas à ascensão dos bancos digitais, que, por meio da tecnologia, têm conseguido concorrer com as instituições tradicionais, reduzindo ou até zerando tarifas bancárias para os clientes pessoas físicas e jurídicas. Isso obrigou as instituições financeiras em geral a rever seus negócios, dando atenção especial ao investimento em infraestrutura tecnológica e ao atendimento personalizado ao cliente. O Inter surfa nesse ambiente.

    JHSF

    O grupo tem negócios em áreas diversificadas, de restaurantes a aeroporto, mirando o público de altíssima renda

    O grupo JHSF, fundado em 1972, atua em diversos segmentos, como shopping centers, hotelaria, gastronomia e incorporação imobiliária — sempre com foco no público de altíssima renda. Seu lema é realizar “negócios únicos para clientes especiais”. Tem 36 restaurantes (entre eles Fasano, Gero, Baretto e Parigi) e oito hotéis em operação com a marca Hotel Fasano. Além disso, mantém cinco shopping centers em operação, entre eles o Shopping Cidade Jardim, na capital paulista, além de ser proprietário da Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Possui também um aeroporto, o São Paulo Catarina Aeroporto, voltado para a aviação executiva, a catorze minutos de helicóptero de São Paulo. Em 2023, o grupo faturou 1,6 bilhão de reais e teve um lucro líquido de 497 milhões de reais.

    Mercado Livre

    A empresa argentina de comércio eletrônico tem o Brasil como principal mercado

    Operação do Mercado Livre: alto investimento em tecnologia para crescer no comércio eletrônico
    Operação do Mercado Livre: alto investimento em tecnologia para crescer no comércio eletrônico (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)
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    Empresa de tecnologia que nasceu em Buenos Aires, na Argentina, há 25 anos, o Mercado Livre atua hoje em dezoito países da América Latina. É a maior plataforma de comércio eletrônico da região, onde milhões de compradores e vendedores se encontram para realizar transações de um sortimento composto por mais de 400 milhões de itens. Somente no ano passado, a empresa investiu cerca de 4 bilhões de dólares no Brasil, seu principal mercado, com mais da metade das vendas. A receita líquida em 2023 atingiu 14,5 bilhões de dólares, um crescimento de 38% em relação ao ano anterior. O lucro líquido foi de 987 milhões de dólares, mais que o dobro em comparação com 2022. Em janeiro deste ano, o Mercado Livre fechou a compra dos naming rights do estádio do Pacaembu, em São Paulo. Por um contrato de trinta anos, a empresa deve pagar mais de 1 bilhão de reais.

    Microsoft

    Em constante evolução, o gigante americano de software aposta em inteligência artificial

    Fundada em 1975 por Bill Gates e Paul Allen, a americana Microsoft se consolidou como uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Sua atuação abrange desenvolvimento, fabricação, licenciamento, suporte e venda de softwares, produtos eletrônicos, computadores e serviços pessoais. Entre seus produtos mais conhecidos estão os sistemas operacionais da linha Windows, os aplicativos de produtividade do Microsoft Office, os jogos do Xbox e a rede social LinkedIn. Nos últimos anos, a empresa tem apostado fortemente em inteligência artificial. O Microsoft Azure, plataforma de computação em nuvem, fornece infraestrutura e serviços para empresas de todos os portes, impulsionando a inovação e a transformação digital. No seu último ano completo, a Microsoft obteve uma receita global de 211 bilhões de dólares.

    Nubank

    Com uma das marcas mais valiosas do Brasil, o banco digital conquistou 19 milhões de clientes no ano passado

    O banco da marca lilás: nascido no Brasil, o Nubank já expandiu sua operação ao México e à Colômbia
    O banco da marca lilás: nascido no Brasil, o Nubank já expandiu sua operação ao México e à Colômbia (Alfribeiro/Deposit Photos/Imageplus)

    Com quase 94 milhões de clientes no Brasil, na Colômbia e no México, o Nubank, uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais do mundo, obteve uma receita de 8 bilhões de dólares em 2023, com lucro de 1 bilhão de dólares. Sua marca lilás ocupa o quinto lugar entre as mais valiosas do Brasil — vale 4,6 bilhões de dólares, de acordo com o ranking Kantar BrandZ 2024, da Kantar, empresa de dados e análises de marketing. Recentemente, o Nubank criou uma função em seu aplicativo para que os clientes possam comprar e vender USDC, versão digital do dólar e uma das stablecoins (criptomoedas atreladas a um ativo tradicional, como dólar e ouro) mais transacionadas globalmente. O mercado cripto tem sido fonte de atração de correntistas para o banco, que somente no ano passado ganhou 19,3 milhões de novos clientes.

    O Boticário

    O grupo paranaense conclui uma captação de 2 bilhões de reais com título atrelado a metas de sustentabilidade

    O Grupo Boticário, do setor de beleza, concluiu recentemente a captação do seu segundo sustainability-­linked bond (SLB), título atrelado a metas de sustentabilidade, somando 2 bilhões de reais. Nessa operação, a empresa apresentou as seguintes metas de desempenho sustentável: 100% dos produtos de marcas proprietárias serão veganos até dezembro de 2026 e passarão a aproveitar, até 2029, ao menos 80% da água de reúso gerada na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. A companhia tem se destacado por permitir que os empregados escolham trabalhar nos modos home office, híbrido e presencial. O objetivo é priorizar a saúde mental e ampliar a diversidade geográfica e cultural das equipes. Em 2023, o Grupo Boticário faturou perto de 31 bilhões de reais — cerca de 26% dos quais com produtos lançados há menos de um ano, demonstrando sua constante capacidade de inovação.

    Petz

    Dedicada a produtos para animais de estimação, a empresa integra seus serviços para melhorar experiência do consumidor

    A Petz, empresa de comércio de produtos para animais de estimação, tem buscado integrar os serviços oferecidos por meio da transformação do seu aplicativo em uma plataforma mais completa. Essa iniciativa visa proporcionar praticidade aos clientes, permitindo que agendem atendimento na Seres, rede de clínicas veterinárias da empresa, e serviços de banho e tosa, tudo em um único lugar. A análise de dados e do histórico de compras é outro recurso utilizado, para tornar a experiência do cliente mais personalizada. Em 2023, a rede Petz expandiu sua presença física com a abertura de trinta novas lojas, totalizando agora 246 unidades em operação. A empresa também avançou na integração com a Zee.Dog, marca premium do setor pet, adquirida em 2021. O faturamento bruto no ano passado alcançou 3,8 bilhões de reais, com um lucro líquido de 78 milhões de reais.

    Sírio-Libanês

    De olho no envelhecimento da população, o hospital investe 800 milhões de reais na expansão de unidades especializadas

    O Hospital Sírio-Libanês está ampliando suas atividades com um investimento de 800 milhões de reais para a abertura de dez a quinze unidades especializadas em oncologia, cardiologia e ortopedia, áreas em que é considerado referência. A expansão, que deve ocorrer nos próximos quatro anos, já foi iniciada com a inauguração de um centro de cardiologia em Brasília. A estratégia de contar com unidades especializadas, e não vários hospitais de alta complexidade, está relacionada com o envelhecimento da população, que demandará cada vez mais atendimentos nessas áreas. Além disso, o Sírio-­Libanês inaugurou recentemente em São Paulo sua faculdade de Ciências da Saúde, custeada por meio de recursos próprios e doações de empresários. O valor investido foi de 60 milhões de reais. A unidade receberá inicialmente alunos de graduações de psicologia, enfermagem e fisioterapia.

    Soma e Arezzo

    A união das duas empresas cria o maior conglomerado de moda do Brasil

    Calçados e roupas: ao se juntar à Soma, a Arezzo amplia a oferta de produtos de moda para mulheres
    Calçados e roupas: ao se juntar à Soma, a Arezzo amplia a oferta de produtos de moda para mulheres (./Divulgação)

    A fusão da Arezzo&Co com a Soma, anunciada no início de fevereiro deste ano, resultará em um grupo de moda com faturamento combinado de 12 bilhões de reais, o que o tornará o maior conglomerado desse setor no Brasil. A operação envolve mais de trinta marcas, como Arezzo, Farm, Animale e Hering, e uma ampla rede de distribuição, com 2 000 lojas, entre próprias e franquias, e 24 000 funcionários. Especialistas destacam que o caráter complementar do portfólio das empresas foi um fator crucial para a fusão. A Arezzo se destaca no setor de calçados, enquanto a Soma tem como força o vestuário. Em nota, a Arezzo&Co afirmou que a operação ampliará as plataformas de marcas e proporcionará uma chance única de integrar negócios e portfólios complementares, além de gerar sinergias e aumentar a eficiência operacional.

    Totvs

    A empresa brasileira dedicada a software de gestão vai às compras, expande operações e aumenta o faturamento

    Uma das líderes em sistemas e plataformas para gestão de empresas, a Totvs tem mais de 50% de participação de mercado no Brasil e está entre as três maiores do segmento na América Latina. A empresa tem clientes em mais de quarenta países. Em 2023, expandiu sua atuação com a compra de cinco empresas. A última aquisição, por 380 milhões de reais, foi a catarinense Ahgora, que desenvolve sistemas para a área de recursos humanos. Outros negócios foram a compra da IP Gestão Empresarial, por 138 milhões, e da TRS Gestão e Tecnologia, por 79 milhões. Antes disso, adquiriu a Exact Sales, por 51 milhões, e a Lexos, por 13,2 milhões. A Totvs fechou o último ano com uma receita líquida consolidada de 4,6 bilhões de reais, registrando alta de 18% em relação ao ano anterior. O crescimento foi impelido pelos novos negócios da companhia.

    Uber

    O aplicativo sinônimo de transporte registra o primeiro lucro desde a abertura do capital

    A empresa de aplicativo de transporte, fundada em 2009 em São Francisco, na Califórnia, teve em 2023 seu primeiro lucro líquido desde que abriu o capital, em 2019. O resultado final foi de 1,9 bilhão de dólares, ante um prejuízo de 9,1 bilhões de dólares em 2022. A receita alcançou 37 bilhões de dólares, anotando uma alta de 17% em relação ao ano anterior. O resultado positivo foi impulsionado pelo aumento no número de viagens — média global de 26 milhões de deslocamentos diários no ano passado —, depois da queda sofrida durante a pandemia. Houve também um crescimento na entrega de alimentos, um negócio em expansão. No Brasil, a Uber acompanha atentamente a tramitação do projeto de lei que busca regulamentar o trabalho dos motoristas de aplicativo, medida que deve pressionar seus custos.

    XP

    A empresa financeira quer ganhar escala com mais serviços ao público de alta renda

    Expansão forte: voltada a aplicações financeiras, em 23 anos a XP reuniu 4,5 milhões de clientes
    Expansão forte: voltada a aplicações financeiras, em 23 anos a XP reuniu 4,5 milhões de clientes (Arena XP/Divulgação)

    A XP, instituição financeira que começou em 2001 com dois estagiários e capital de 15 000 reais, tinha no final de 2023 ativos de clientes sob custódia no total de 1,1 trilhão de reais. A receita no ano atingiu quase 15 bilhões de reais. O lucro líquido foi de 3,9 bilhões de reais, com alta de 9% em relação a 2022. A empresa tem uma base de 4,5 milhões de clientes. Para ganhar escala, pretende estender para um público mais amplo, de alta renda, a oferta de serviços antes restritos a clientes classificados como private. Neste ano, a XP enxerga a queda dos juros e melhores condições da economia como sinais positivos para impulsionar seu principal negócio, que é a área de investimentos. A empresa tem atualmente 11% do mercado de aplicações financeiras do Brasil. A meta é chegar a 15% até 2026.

    Publicado em VEJA, abril de 2024, edição VEJA Negócios nº 1

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