A Nestlé anunciou nesta quinta-feira, 14, que irá vender cápsulas de café da Starbucks. O movimento foi possibilitado por um acordo de 7,2 bilhões de dólares (aproximadamente 27,1 bilhões de reais).
Serão 24 produtos, incluindo café torrado e moído, e cápsula que poderão ser usadas em máquinas como Nespresso e Dolce Gusto, que pertencem à gigante suíça. Os itens serão vendidos em supermercados e lojas online. As empresas não deram previsão de quando os produtos devem chegar às lojas no Brasil.
De acordo com o acordo, a Nestlé tem direito, por tempo indeterminado, de comercializar em todo o mundo, produtos de café e chá da Starbucks embalados para o consumidor e os destinados ao segmento de foodservice, exceto nas cafeterias Starbucks e excluídos os produtos prontos para beber.
Volta a competição
A venda de cápsulas da Starbucks para o sistema da Nespresso em supermercados pode ajudar a marca a penetrar em mais mercados no Brasil. Quando chegou ao país, em 2006, o café em cápsula era vendido apenas pela marca. Com a queda de mais de mil patentes, em 2013, começaram a ser produzidos modelos compatíveis ao formato da máquina fabricada pela Nestlé.
Essas marcas “genéricas” desenvolveram um mercado paralelo que popularizou o consumo de café monodose. Além de mais baratos, eles são encontrados em supermercados, o que não acontece com as cápsulas da Nespresso, que até o lançamento das cápsulas da Starbucks são vendidas apenas no site da marca e em quiosques próprios.
Segundo a Associação Brasileira da Indústra de Café (Abic) o consumo desse tipo de produto deve crescer. Em 2017, o café em cápsula representava 0,9% do consumo de café do país, com 10 mil toneladas produzidas para o consumo dessa forma. A projeção é que em 2021 chegue a 1,1% do total até 2021, com 14 mil toneladas.
O crescimento na produção pode ajudar a destravar um mercado que estagnou no ano passado. Segundo uma pesquisa da consultoria Nielsen, 4,4% dos consumidores brasileiros (mais de 2.3 milhões) tinham uma cafeteira de café de cápsula em casa. No entanto, apenas um pouco mais da metade desses lares compraram cápsulas de café nos últimos 12 meses,
(Com Estadão Conteúdo)