No exterior, Joesley e Coutinho escaparam de condução coercitiva
A Operação Bullish investiga fraudes e irregularidades na liberação de apoio financeiro do BNDES à JBS
Dois dos principais alvos da Operação Bullish,, deflagrada nesta sexta-feira pela Polícia Federal, o empresário Joesley Batista, da JBS, e o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho não foram encontrados durante a batida policial. Isso porque ambos estão fora do Brasil.
Os dois tiveram mandados de condução coercitiva expedidos pela Justiça, mas Batista informou que “está em viagem ao exterior e que em seu retorno prestará todos os esclarecimentos”. Já Coutinho “encontra-se no exterior em compromisso profissional previamente agendado”.
A operação investiga fraudes e irregularidades na liberação de apoio financeiro do BNDES à JBS, onde Joesley é presidente do conselho de administração, no valor de 8 bilhões de reais, em mais uma investigação criminal a atingir o grupo empresarial da gigante de alimentação.
De acordo com as investigações, os aportes do BNDES foram realizados por meio do braço de investimentos BNDESPar entre 2007 e 2011 e teriam como principal objetivo a aquisição de empresa também do ramo de frigoríficos, o que não se concretizou.
Ao todo, foram expedidos pela Justiça 37 mandados de condução coercitiva e 20 mandados de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, além de medidas de indisponibilidade de bens de pessoas físicas e jurídicas que participam direta ou indiretamente da composição acionária do grupo empresarial investigado.
Defesas
Os advogados de Luciano Coutinho disseram em nota que o ex-presidente do BNDES afirma que as operações foram feitas de maneira regular, que não ainda não tiveram acesso ao processo, e que ele está à disposição das autoridades para esclarecimentos. “Coutinho está absolutamente tranquilo e encontra-se no exterior em compromisso profissional previamente agendado, regressando ao Brasil no começo da semana que vem, quando poderá prestar todos os esclarecimentos pertinentes sobre o caso”, disseram.
Já a JBS disse, também por meio de nota, que sua relação com bancos públicos é feita de forma “profissional e transparente”. “Todo o investimento do BNDES na Companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo a regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa”, diz trecho da nota.