A ex-presidente Dilma Rousseff se encontrou nesta segunda-feira, 21, com o presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, em Joanesburgo, na África do Sul, onde estão reunidos para a reunião anual da cúpula do Brics. O encontro durou mais de uma hora. A conversa girou em torno de algumas linhas prioritárias de financiamento de projetos com impacto na indústria nacional.
Durante o encontro, os três eixos de maior destaque para atuação em conjunto da CNI com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB da sigla em inglês) foram: infraestrutura, com foco principalmente nas obras do recém-lançado PAC; energias limpas, renováveis e sustentáveis e, por último, projetos que tenham impacto com desenvolvimento social. “O Brasil carece de linhas de financiamento competitivas. Temos um custo alto para adquirir estes recursos no país, o que não acontece no caso da China”, afirmou Alban, que toma possa como presidente da CNI em outubro.
Dilma e Alban concordaram sobre a necessidade de se ter um programa para revitalizar a indústria da construção pesada. Tais empresas eram responsáveis pelas grandes obras no país e seriam importantes para tocar obras no novo PAC. “Quase não temos mais empresas de grande envergadura que possa tocar obras grandes e importantes para o país”, comentou Dilma Rousseff.
Dilma explicou a Alban que os novos projetos, a serem propostos, precisam chegar bem estruturados do ponto de vista técnico para poder “disputar” os recursos do banco. Além disso, há uma tramitação natural de seis meses entre a apresentação e a liberação do recurso.
Criado em 2014, o NDB mobiliza recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros do Brics. Ao todo, já foram aprovados 94 projetos em operações de crédito nos cinco países do grupo, com um total de 32 bilhões de dólares. A CNI cedeu, na forma de comodato, espaços em Brasília e São Paulo para os escritórios do NDB no Brasil.