O potencial visto pela Azul em meio ao burburinho de fusão com a Gol
Empresa não confirma oficialmente as tratativas com sua principal concorrente; Presidente da aérea, diz que há espaço para companhia crescer cinco vezes
O burburinho no mercado sobre uma possível fusão entre a Azul e a Gol tem dado o que falar no mercado de aviação e também no mercado financeiro. A companhia não confirma oficialmente a empreitada, mas também não nega.
Questionado sobre a operação nesta quarta-feira, o presidente da Azul, Abhi Shah, não falou abertamente sobre o negócio e reforçou o posicionamento oficial dado pela companhia, que “está sempre atenta às dinâmicas estratégicas do setor aéreo e a possíveis oportunidades de parcerias”. No entanto, ele afirmou que a Azul está de olho no potencial de ampliação do mercado aéreo no país. “Os brasileiros viajam pouco. Você compara o número de voos por pessoa de países como Colômbia e Chile, por exemplo (são maiores). E a Azul pode crescer cinco vezes mais, é isso que nós acreditamos”, afirmou. “A Gol está seguindo seu processo e nós estamos de olho no nosso crescimento”.
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que a Azul é a terceira em tamanho de mercado. Em uma possível fusão com a Gol, no entanto, a empresa teria mais de 60% dos passageiros brasileiros. Em 2023, a Latam liderou com 38,7% dos passageiros domésticos, a Gol veio em seguida com 33,3% do mercado e a Azul somou 27,5%.
Na última terça-feira, a agência Bloomberg informou que os bancos Citigroup e o Guggenheim Partners assessoram a Azul na empreitada de adquirir sua concorrente, que entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos no início deste ano, com dívidas estimadas em 20 bilhões de reais. O movimento foi antecipado pelo Radar Econômico.
O que diz a Azul
Em comunicado enviado à CVM na terça-feira, disse que “ciente de sua responsabilidade fiduciária, está sempre atenta às dinâmicas estratégicas do setor aéreo e a possíveis oportunidades de parcerias, podendo como prática regular contratar consultores para apoiar a empresa nesses esforços. Até o momento, a Azul não negociou nem aprovou nenhuma transação específica. A Azul compromete-se a manter acionistas e o mercado em geral informados sobre quaisquer desenvolvimentos significativos relacionados a este assunto”.