O que esperar do resultado da inflação de novembro
Projeções indicam pressão dos serviços, efeito da Black Friday e desafios no núcleo antes da divulgação oficial do IBGE
O IPCA de novembro será divulgado nesta quarta-feira, 10 pelo IBGE. O resultado vem após a desaceleração de outubro, com 0,09%, o menor resultado para o mês desde 1998. A inflação acumula 3,73% no ano e 4,68% em 12 meses e tem sido responsável pela política monetária restritiva que deixa o país com as maiores taxas de juros do mundo.
A prévia da inflação do mês, o IPCA-15, foi de 0,20%, acima das estimativas de mercado, puxada por aumentos nos preços de hospedagens e pacotes turísticos, que influenciaram a alta nas despesas pessoais. Um efeito inflacionário atribuído à COP-30, em Belém (PA).
Para novembro, o consenso aponta retomada da pressão inflacionária. Pedro Cutolo, CFA, estrategista da ONE Wealth Management, espera alta acima da mediana projetada pelo mercado: “Devemos observar em novembro uma elevação da inflação em relação a outubro, quando os preços ao consumidor tiveram elevação de apenas 0,09%, e provavelmente maior do que a mediana das expectativas de 0,2% compiladas pelo Bacen, em torno de 0,22%, considerando o que observamos no IPCA-15 e no IPC-DI.”
O Banco Daycoval projeta movimento semelhante. O DPEc, departamento de pesquisas econômicas da instituição, estima que o IPCA de novembro deve subir 0,20%, com pressão concentrada em serviços, especialmente pela forte alta das passagens aéreas. As reduções de preços em alimentos e bens industriais, influenciadas pelos descontos da Black Friday, devem conter parte da alta.
A instituição prevê inflação de 4,5% no fim do ano, com viés de baixa, e mantém a projeção de Selic em 15% até dezembro. A análise destaca ainda que itens sensíveis ao ciclo econômico, especialmente os intensivos em trabalho, devem seguir em patamar elevado. O núcleo de serviços, embora mostrando desaceleração na comparação anual, continua sendo um desafio para a política monetária. Nos administrados, energia elétrica e planos de saúde devem pressionar para cima, movimento compensado pela deflação da gasolina.
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