A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) global nesta terça-feira, 9. Otimista com o avanço da vacinação em alguns países, a entidade agora prevê um crescimento global na ordem de 5,6% em 2021, ante 4,2% na publicação de dezembro passado. O PIB do Brasil deve seguir na esteira do crescimento, embora em ritmo menor. A projeção é para 3,7% em 2021 e 2,7% em 2022. Em dezembro, a organização liderada por Laurence Boone previa avanços um pouco mais modestos, de 2,6% e 2,2%, respectivamente. A perspectiva da OCDE é mais otimista do que do governo e do mercado financeiro, que veem o crescimento neste ano na casa dos 3,2%.
Apesar na melhora dos números, a organização ressalta que a lentidão da vacinação no Brasil pode retardar a recuperação econômica do país. “O ritmo de vacinações não é rápido o suficiente para consolidar a recuperação, precisamos ir muito mais rápido e precisamos agir muito melhor”, disse Boone para a imprensa em referência à imunização global, em destaque pela lenta distribuição de doses na Europa. O PIB da Zona do Euro deve avançar 3,9% em 2021, e 3,8% em 2022. De acordo com o economista-chefe da OCDE, não vacinar rápido o suficiente arrisca prejudicar o estímulo fiscal que foi adotado nos países, uma vez que o retorno ao antigo normal é uma das chaves para o progresso pós-pandemia. No Brasil, a nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial terá valores entre 175 reais e 375 reais. A PEC Emergencial, que autoriza o benefício, deve ser votada na Câmara dos Deputados nesta semana.
Outro aspecto que foi levado em conta na análise foi a aprovação do pacote de estímulos de Joe Biden pelo Senado americano para tirar o país da crise. Segundo a OCDE, a injeção de 1,9 trilhão de dólares na economia dos EUA — o que incluem cheques de 1.400 de dólares para cada cidadão –, impactará positivamente outros países e somará mais de um ponto percentual no crescimento global. Para os Estados Unidos, a entidade prevê que o crescimento em 2021 chegue a 6,5%, e a 4% em 2022, ante previsões anteriores de 3,2% e 3,5%, respectivamente.
Vale ressaltar que o otimismo nos números vem após a pandemia do novo coronavírus destroçar as economias do mundo inteiro. Em 2020, o PIB brasileiro afundou 4,1%, e o americano, 3,5%. A China, onde ocorreu o primeiro epicentro da doença, acumulou um resultado positivo de 2,3%, ainda que o percentual seja o mais baixo em 44 anos. Para os dois próximos anos, a OCDE prevê crescimento de 7,8% e 4,9% para os chineses, respectivamente. Mais uma vez, fica claro que o mecanismo mais importante para a retomada econômica, e consequente recuperação dos empregos, passa principalmente pela vacinação em massa das pessoas, e, por aqui, o ritmo está longe do ideal.