Odebrecht “se autodesqualificou” para trabalhar no Peru, diz Vizcarra
Segundo o presidente peruano, a construtora brasileira "contaminou a atividade privada" e admitiu subornar funcionários públicos
O presidente do Peru, Martín Vizcarra, disse na véspera que a Odebrecht não deve continuar trabalhando no país porque a construtora brasileira “contaminou a atividade privada” e admitiu subornar funcionários públicos.
A declaração de Vizcarra acontece semanas depois de a Odebrecht Peru assinar um acordo com as autoridades peruanas para pagar uma multa de 182 milhões dólares em um prazo de 15 anos para continuar operando no país em troca de provas sobre quais funcionários públicos receberam propina em troca de concessão de projetos de infraestrutura.
Vizcarra disse à rádio local RPP que a Odebrecht “se autodesqualificou para trabalhar com os peruanos” ao pagar propinas.
“Independentemente do acordo que a Odebrecht tenha feito com o Ministério Público em troca de informações, algo que respeito, é minha opinião que ela não deve continuar trabalhando no Peru”, afirmou.
“É uma empresa que contaminou o setor privado. Há muitas empresas respeitáveis aqui, mas agora há desconfiança de todas as outras por conta da Odebrecht.”
A Odebrecht está aguardando autorização do governo Vizcarra para vender o projeto de uma hidrelétrica no Peru para a companhia estatal chinesa China Three Gorges por cerca de 1,39 bilhão de dólares, parte do valor será usado para pagar dívidas a fornecedores locais e garantir o pagamento da indenização civil.
O presidente peruano tomou posse no final de março após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, acusado de ligações com a Odebrecht, negadas por ele.