Os fiascos do bilionário Elon Musk em 2023
Ele se tornou a primeira pessoa a perder 200 bilhões de dólares
Homem mais rico do mundo, com um patrimônio avaliado em 234 bilhões de dólares, o sul-africano naturalizado americano Elon Musk passou o ano sendo citado mais por seus perrengues do que por seu sucesso. A compra do Twitter, feita no final do ano passado, atravessou 2023 como um desastre crescente. A rede social, rebatizada X, saiu do positivo e acumula prejuízo de 270 milhões de dólares. Do valor pago por Musk, de 44 bilhões de dólares, 90% já foram queimados com uma gestão marcada por demissões, queda de 60% na receita de publicidade e uma série de polêmicas. Recentemente, mais um episódio causou alvoroço na rede, após fotos postadas antes de dezembro de 2014 terem sido apagadas em decorrência de uma pane técnica, fazendo o próprio Musk se curvar ao admitir que o X “pode falhar”.
Em 2022, o bilionário já havia se notabilizado por um recorde, todavia, indesejável. Ele se tornou a primeira pessoa a perder 200 bilhões de dólares. O motivo do retrocesso foi a desvalorização de sua montadora de carros elétricos Tesla por atrasos em lançamentos de produtos anunciados. O valor de mercado da principal empresa de Musk, que despencara de 1 trilhão de dólares para menos de 400 bilhões, neste ano já se recuperou para quase 800 bilhões de dólares. Mas está sob uma nova ameaça. A chinesa BYD, apoiada pelo lendário investidor Warren Buffett, celebrou no primeiro semestre a inédita liderança global nas vendas de carros eletrificados — elétricos e híbridos —, com o emplacamento de 641 350 unidades, cerca de 80 000 a mais que a Tesla, que só fabrica veículos 100% elétricos. Para piorar, na semana passada, falhas no sistema de piloto automático obrigaram a Tesla a oferecer aos proprietários de 2 milhões de carros da marca uma atualização de software, a fim de garantir sua segurança.
Em outra frente, os ares também não estão bons para sua empresa espacial, a SpaceX. Em novembro, o propulsor do foguete que transportava a nave Starship para um voo suborbital de teste sofreu uma explosão. Felizmente, não havia tripulação a bordo. Nada que demova Musk de sua ambiciosa meta de construir uma base em Marte.
Publicado em VEJA de 22 de dezembro de 2023, edição nº 2873