Os motivos que tornam Cerquilho uma referência para as pequenas cidades do Brasil
Economia forte, contas organizadas e políticas públicas integradas explicam por que o município do interior paulista é o melhor entre os pequenos
Poucos municípios conseguem combinar crescimento econômico, responsabilidade fiscal e avanços sociais de maneira consistente. Cerquilho é uma dessas exceções. Com 44 000 habitantes, o município paulista se destaca pela regularidade nos indicadores das contas públicas, pela força da economia local e pelo conjunto de políticas que ampliam oportunidades para a população. Essa combinação explica por que a cidade conquistou o 1º lugar entre os municípios de até 50 000 habitantes e figura entre as 100 melhores do país no ranking geral da Austin Rating. Para o prefeito Paulo Roberto Pilon (MDB), o desempenho atual é resultado de um trabalho contínuo. Ex-vereador, ex-presidente da Câmara e prefeito também entre 2009 e 2012, ele vê a conquista como fruto de várias gestões. “Cerquilho é um trabalho de todos que passaram e fizeram acontecer”, diz Pilon.
A cidade, prestes a completar 77 anos de emancipação, também se beneficia de uma localização privilegiada. Com terreno plano e situada a 143 quilômetros de São Paulo, às margens de rodovias estratégicas, Cerquilho desenvolveu uma economia diversificada. Indústrias têxteis, usinas de açúcar e etanol e fabricantes de fios condutores convivem com um comércio dinâmico e um polo de confecção infantil e infantojuvenil. “Temos uma indústria forte e um comércio bastante proativo”, afirma Elizandra Soares, presidente da Associação Comercial e Industrial de Cerquilho (Acic).
A integração de empresariado e poder público é um dos motores do desenvolvimento. A prefeitura e a Acic realizam anualmente a Fecic, feira que reúne comerciantes, indústrias e confecções. O evento atraiu 33 000 visitantes de cinquenta cidades em sua edição mais recente. É a vocação empresarial que sustenta a saúde financeira de Cerquilho. O prefeito resume sua estratégia com simplicidade: oferecer incentivos fiscais e terrenos para atrair indústrias.
O resultado aparece nos números: o município ficou em 26º lugar no pilar fiscal entre as cidades de pequeno porte. Para a secretária de Finanças, Ana Maria Pelegrini Pakes, há duas décadas no cargo, responsabilidade orçamentária é parte da cultura local. “Todos os gestores, sem exceção, primaram por nunca gastar mais do que se arrecada”, afirma. Com as contas equilibradas, a administração direciona mais recursos para áreas essenciais. “Sempre sobra uma gordurinha no orçamento”, diz o prefeito. Sua gestão ampliou o repasse mensal à Santa Casa de Cerquilho, de 1,1 milhão para 1,7 milhão de reais, além de renovar a frota de ambulâncias.
Na educação, a meta é encerrar o ano com 30% do orçamento investido no setor. A estrutura educacional impressiona para uma cidade de suas dimensões. Cerquilho tem 27 escolas municipais, duas estaduais e uma Etec, com rotina de formação contínua e atividades que aproximam famílias e comunidade. “Toda semana tem ações extras”, afirma Vânia Pilon, primeira-dama e presidente do Fundo Social. Um dos destaques é o programa de jovens aprendizes, que forma 110 alunos por ano.
A qualidade de vida também chama atenção. Limpa e com avenidas amplas, Cerquilho adota tarifa zero no transporte e oferece diversas modalidades esportivas gratuitas, como judô, natação e tênis de mesa. A atratividade impulsiona o mercado imobiliário, que hoje tem cinco loteamentos à venda. A soma desses fatores faz de Cerquilho um caso exemplar de como políticas públicas eficazes podem sustentar um ciclo duradouro de desenvolvimento.
Publicado em VEJA, novembro de 2025, edição VEJA Negócios nº 20
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