Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Padilha descarta propostas do governo para alterar o arcabouço fiscal

Ministro disse que governo seguirá trabalhando pela 'qualidade do gasto público'

Por da Redação
Atualizado em 5 jul 2024, 14h00 - Publicado em 4 jul 2024, 10h00

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira, 17, que o governo descarta qualquer possibilidade de o governo propor mudanças no arcabouço fiscal como forma de conter o crescimento dos gastos públicos.

Segundo o ministros, não há propostas nesse sentido na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Padilha, a gestão petista vai continuar trabalhando pela “qualidade do gasto público”.

“Qualquer debate sobre o Orçamento do ano que vem vai ser feito no final do agosto no Congresso, por meio da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). A LDO nem foi votada ainda. Qualquer questão sobre o Orçamento do ano que vem é mera especulação, isso não veio pra mesa do presidente. O presidente Lula acabou com a gastança do governo anterior”, disse o ministro.
O arcabouço fiscal foi aprovado no ano passado em substituição ao teto de gastos. A regra propõe limitar os gastos do governo a 70% da arrecadação, além de perseguir uma meta de resultado primário, que para este ano é zero. Em caso de descumprimento da meta, a limitação de gastos fica mais apertada, em 50%.

“O governo sempre vai trabalhar pela qualidade dos gastos, inclusive fechou várias torneiras de auxílios e fraudes criados pelo governo anterior. Em nenhum momento, discutimos mudança no arcabouço fiscal. Construímos um conjunto de metas ousadas [no arcabouço]. Não chegou nenhuma proposta disso na mesa do presidente, mas nós temos compromisso com o arcabouço. Vamos provar que o governo combina responsabilidade social com responsabilidade fiscal”, complementou.

Padilha falou a jornalistas nesta manhã em que a agenda fiscal está em alta em Brasília. Haddad tem ao menos três reuniões com Lula nesta segunda, além de encontros entre governos e parlamentares. O Ministério da Fazenda está pressionado para rever gastos públicos e entre as propostas estudadas pela pasta estão uma limitação do gasto para saúde e educação a uma alta real de até 2,5% ao ano. Após repercussão negativa, no entanto, o ministro Fernando Haddad afirmou que esse é apenas um dos “vários cenários discutidos”. A ministra Simone Tebet (Planejamento), por sua vez, afirmou que a revisão dos pisos não é prioridade da equipe econômica.

Continua após a publicidade

No sábado, o presidente Lula rechaçou a ideia de seu governo limitar o crescimento real de gastos com saúde e educação e afirmou que não fará ajuste fiscal “em cima dos pobres”, mas que pode discutir corte de gastos com Haddad.

A revisão de gastos entrou no foco da Fazenda após o esgotamento de medidas arrecadatórias com o Congresso Nacional. Desde o fim do ano passado, o governo enfrenta um debate por causa da desoneração da folha. Na semana passada, Haddad sofreu seu maior revés no governo, quando a MP para limitar créditos tributários — redigida para compensar gastos com a desoneração — foi devolvida pelo Congresso Nacional.

Após a devolução da MP, o Senado apresentou um conjunto de medidas para tentar compensar a renúncia fiscal, estimada em 26 bilhões de reais neste ano. Entre elas estão a repatriação de recursos mantidos no exterior, um refis de multas de agências reguladoras, uso de dinheiro esquecido no sistema financeiro e uso de depósitos judiciais que estão sem titularidade. Padilha afirmou que as propostas podem “compor a cesta” dessas medidas, mas que é preciso ter ao menos uma proposta “perene”, isto é, que se sustente além de 2024.

O ministro disse que o governo continua aberto para dialogar com os setores econômicos sobre essa forma de compensação e que o papel do Ministério da Fazenda é ouvir propostas e analisá-las. “Governo reafirmou, discutiu isso com judiciário, que só pode ter queda da contribuição previdenciária se apresentar fonte perene. Não adianta ter uma fonte de recursos para este ano”, disse.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.