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Para incomodar Smart Fit, fundador da Bluefit investe em duas novas redes

Ultra já conta com 37 academias e almeja chegar a 450 lojas até 2025; a aposta agora é no público com alto poder aquisitivo, com as bandeiras Leven e Ride

Por Felipe Mendes Atualizado em 13 dez 2021, 11h53 - Publicado em 13 dez 2021, 10h08

Impactado pela pandemia, o mercado de academias começa a receber novos estímulos após o êxito da vacinação contra Covid-19 no país. Com cerca de 29 mil unidades e faturamento estimado em 2,1 bilhões de dólares no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil), o setor tem apostado na diversificação como forma de ganhar musculatura e atrair mais pessoas na luta contra o sedentarismo, que, segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atingiu 60% dos brasileiros durante a pandemia. Nesse jogo, especialistas entendem que há espaço para todos. “O Brasil tem espaço para todos os modelos de negócios, seja as academias low cost [de baixo custo, em tradução livre], as micros, as de crossfit, de bicicletas ou de natação”, diz o empresário e consultor Gustavo Borges, diretor da Acad Brasil e medalhista olímpico.

Nascida na passagem de 2020 para 2021, a holding Ultra (não confundir com o grupo homônimo dono dos postos Ipiranga, da Ultragaz e da Ultracargo), do empresário Fernando Nero, tem apostado em uma gama de segmentos para chamar a atenção entre tantas companhias no pulverizado setor de academias. Nero foi um dos fundadores da BlueFit, rival da líder de mercado Smart Fit que tentou seguir os passos da concorrente abrindo o capital na B3, mas que acabou não completando o processo por conta da deterioração do ambiente de negócios brasileiro em 2021.

Por meio de sociedades e da expansão com franquias, a sua nova empreitada já conta com 37 unidades espalhadas pelo país, divididas pelas bandeiras Ultra, Spider Kick (em parceria com o lutador Anderson Silva), Cycle, BYD, The Flame, Ride State e Leven. As duas últimas, no entanto, chegam ao grupo agora, numa aposta voltada ao ciclismo, personal trainer e pilates. Em cinco anos, a ideia é ter de 100 a 140 unidades das duas marcas, que já existiam com cinco lojas e outros sócios e a partir de agora passam a ser franqueadas. “É um projeto robusto, que deve incrementar cerca de 15% no nosso faturamento. Nossa previsão é de faturarmos cerca de 100 milhões de reais já em 2022”, diz Nero. Cada unidade irá demandar um investimento inicial entre 800 mil reais a 1 milhão de reais.

Segundo Nero, a empresa almeja alcançar a marca de 450 unidades em 2025, um número ainda distante da líder do mercado, a Smart Fit, que pretende encerrar 2022 com 1.260 unidades, incluindo as bandeiras Bio Ritmo e a chilena O2, mas que já a colocaria como a segunda maior do setor no país. A expansão das duas novas bandeiras se dará por meio de franquias e mira o público das classes A e B, que mora em regiões nobres. No caso da Ride State, focada em ciclismo, já estão previstas 40 aberturas nos próximos três anos. Em relação a Leven, bandeira que atua com personal trainer e pilates e já conta com quatro lojas, estão previstas cerca de 80 unidades em cinco anos. As aulas contam com acompanhamento tecnológico. Para Borges, da Acad Brasil, o suporte de gestão ao franqueado é um fator crucial para que o negócio seja bem-sucedido. “Eles atraem empreendedores e acabam colocando na rede da Ultra. Isso é bom porque apoia os empreendedores nas tomadas de decisões. Ir bater na porta de um banco ou de um investidor é complexo para algumas pessoas que queiram começar um negócio”, diz ele.

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