Para onde vão os funcionários da Embraer após joint venture com a Boeing

CEO afirma que todos os funcionários do segmento de aviação comercial sejam transferidos; sindicato estima que 9 mil trabalhem na área

Por Da redação
Atualizado em 5 jul 2018, 14h24 - Publicado em 5 jul 2018, 12h36

Após o anúncio da criação de uma joint venture — empreendimento conjunto — entre a Boeing e a Embraer, o CEO da ex-estatal brasileira, Paulo César de Souza e Silva, anunciou que os funcionários dedicados à aviação comercial serão integralmente transferidos para a nova companhia. O documento não prevê cortes. “Há muito a ser detalhado, mas adianto a vocês que os funcionários hoje dedicados 100% às atividades ligadas à aviação comercial, incluindo a equipe de suporte e serviços, irão para a nova empresa”, afirma Souza e Silva em comunicado interno ao qual VEJA teve acesso. A Embraer prevê que a situação do funcionários esteja definida daqui a 18 meses. 

Souza e Silva comunica que as fábricas de Faria Lima, EDE [Embraer Divisão Equipamentos], Taubaté, Évora e Nashville ficarão com a nova joint venture.

Já as unidades de Gavião Peixoto, Botucatu, Eugênio de Melo, OGMA [ Centro de Serviço Autorizado da Embraer] e Melbourne permanecerão com a Embraer. 

De acordo com estimativas do Sindicado dos Metalúrgicos de São José dos Campos, cerca de 9 mil pessoas trabalham neste segmento. Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Sindmetal-SJC) se posicionou de forma contrária à parceria, e afirmou que a operação “coloca em risco a soberania nacional e milhares de empregos do setor aeronáutico”. O grupo afirma que o governo, que detém poder de veto, tem obrigação de impedir a negociação, e defende a reestatização da companhia.

De acordo com Herbert Carlos, diretor do sindicato, a parceria pode levar ao fechamento da empresa: “Hoje o avião da Embraer é o E2. Daqui a alguns anos, precisaremos de um novo projeto para ser fabricado no Brasil, e nunca a Boeing deixaria isso acontecer. Vão sugar nosso know how e, se quiserem fechar a empresa, não vai sobrar nada”, afirma.

Continua após a publicidade

Os donos da Embraer

Privatizada em 1994, a Embraer tem ações negociadas nas bolsas de valores B3, de São Paulo, e Nyse, de Nova York. Seus maiores acionistas são as americanas Brandes Investment Partners e BlackRock, que detém 14,9% e 5,50% da empresa, respectivamente, a inglesa Mondrian Investment Parners, com participação de 9,9%, e o BNDES, por meio da BNDESpar, com 5,4%. A Previ, fundo de previdência dos funcionários Banco do Brasil, tem pouco menos de 5%.

Sediada em São José dos Campos (SP), a Embraer emprega 18.443 pessoas no mundo todo. A área de aviação comercial, envolvida na transação com a Boeing, corresponde a cerca de 60% da receita líquida da empresa, que em 2017 foi de R$ 18,713 bilhões de receita líquida em 2017 — cerca de 60% correspondem à área de aviação comercial. A empresa é líder no segmento de jatos comerciais de até 150 assentos, mercado do qual detém fatia de 30%.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SEMANA DO CONSUMIDOR

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.