Queda na demanda devido à Covid-19 faz Petróleo ter menor preço em 18 anos
Cotação do barril do tipo WTI bate 19,20 dólares após Agência Internacional de Energia prever queda história por causa da desaceleração econômica
O preço do barril WTI, petróleo de referência nos Estados Unidos, registrou nesta quarta-feira, 15, a menor cotação em 18 anos, em meios a incertezas sobre a eficiência do acordo que o acordo feito pela Opep para aliviar a queda na demanda causada pela pandemia do novo coronavírus. Por volta das 8h20 (horário de Brasília), o barril WTI, recuava 2,34% e era negociado a 19,63 dólares, depois de chegar a cair a 19,20 dólares. Os valores estão no menor nível desde 2002, quando o mundo voltava às atenções aos impactos da guerra protagonizada por George W. Bush, ex-presidente americano, no Oriente Médio. O barril do tipo Brent, referência no mercado internacional, era cotado a 28,59 dólares nesta manhã.
A incerteza sobre a eficiência do acordo dos países produtores de petróleo, que cortou a produção em 9,7 milhões de barris por dia, vem da análise de um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), que prevê uma queda histórica da demanda de petróleo em 2020 por causa do coronavírus. A queda na demanda projetada é de menos 9,3 milhões de barris por dia, devido à paralisação da economia mundial.
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Clique e AssineDe acordo com a agência, a queda histórica fará com que o consumo mundial retorne ao nível de 2012, a 90,6 milhões de barris por dia. Apenas para abril, a queda prevista é de 29 milhões de barris por dia em comparação com 2019. O consumo deve cair outros 26 milhões em maio.
A perspectiva é de um retorno progressivo no segundo semestre devido a medidas adotadas para o combate da pandemia. “A economia mundial sofre uma pressão de nível desconhecido desde a Grande Depressão dos anos 1930”, afirmou a AIE.
No último domingo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, a Opep+, decidiu cortar em 9,7 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) a produção em maio e junho. O intuito, com a redução da produção, é impulsionar o valor do combustível, que declinou mais de 60% desde janeiro diante do excesso de oferta e dos efeitos causados pela disseminação do novo coronavírus (Covid-19) pelo mundo.