PIB avança 1,4% no segundo trimestre, puxado por serviços e indústria
Resultado vem acima do crescimento esperado pelo mercado para o período e reflete o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da renda
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou expansão de 1,4% no segundo trimestre de 2024, quando comparado ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Os dados divulgados nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão bem acima da expectativa do mercado financeiro, que estimava o avanço de 0,9% no período.
O PIB é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil. O novo avanço da atividade econômica reflete o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da renda, que impulsiona o setor de serviços e o consumo das famílias. No segundo trimestre, por exemplo, a taxa de desemprego foi de 6,9%, a menor para o período desde 2014.
Pelo lado da produção, as altas nos serviços (1%) e na indústria (1,8%) contribuíram para essa taxa positiva, ainda que o agrotenha recuado 2,3% no período. Pela ótica da demanda, na mesma comparação, houve altas nos três componentes: o consumo das famílias e o consumo do governo cresceram à mesma taxa (1,3%, ambos) e a Formação Bruta de Capital Fixo, como são chamados os investimentos, subiu 2,1%. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no segundo trimestre.
O bom resultado no primeiro trimestre deve impulsionar o crescimento da economia no ano e motivar uma onda de revisões. O mercado financeiro espera um crescimento de 2,46% para 2024, segundo o último Boletim Focus. Já o governo trabalha com uma projeção maior, de 2,5% neste ano, mas que segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve ser revista para 2,9%, a mesma taxa de crescimento registrada em 2023.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, observa que “com o fim do protagonismo da Agropecuária, a Indústria se destacou nesse trimestre, em especial na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na Construção”.
Segundo Palis, contribuíram, ainda, para a performance dos componentes da demanda, “a alta dos investimentos, beneficiados pelo crescimento da importação e a produção nacional de bens de capital, o desempenho da construção e, também, o desenvolvimento de software. Além disso, ao contrário do ano passado, o setor externo tem contribuído negativamente para o crescimento da economia”.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% registrados no segundo trimestre de 2023. Já a taxa de poupança recuou 16,0%, abaixo dos 16,8% do mesmo trimestre de 2023. A coordenadora do IBGE explica que “a taxa de investimento foi beneficiada principalmente pelo crescimento superior, em volume, da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB”.