A economia brasileira caiu 3,6% em 2016 em relação ao ano anterior, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho negativo é o pior da história – superando as quedas vistas em 1930 e 1931 – e foi registrado em todos os setores.
O resultado veio pior que as estimativas dos economistas consultados pelo Boletim Focus, cuja última previsão para o ano, de janeiro, apontava queda de 3,49% no período.
No 4º trimestre do ano passado, a atividade econômica recuou 0,9% em relação ao trimestre anterior, a oitava queda seguida neste tipo de comparação. No confronto entre o último trimestre de 2016 e o de de 2015, a queda foi de 2,5%.
Setores
A queda da atividade em 2016 foi vista nos três setores produtivos da economia analisados pelo IBGE, com recuos na agropecuária (-6,6%), na indústria (-3,8%) e nos serviços (-2,7%). No total,a soma da produção foi de 6.266,9 bilhões de reais. Do lado da demanda, a queda no ano também foi generalizada, atingindo o consumo das famílias (-4,2%), do governo (-0,6%) e os investimentos (-10,2%). Já as exportações tiveram alta de 1,9%, enquanto as importações diminuíram 10,9%.
Em 2015, a retração do PIB foi de 3,8% (3,77%), o pior resultado desde 1990. Para este ano, a aposta dos economistas é que a atividade econômica volte ao campo positivo, com alta de 0,49%, segundo o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira. Já a estimativa do governo é que a recuperação seja de 1% em 2017, mas já admitiu que vai revisar o número para baixo.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas produzidas no país e serve de indicador da atividade econômica. Também é usado como referência para o reajuste do salário mínimo e para contas do governo, como no Orçamento e arrecadação. Ele é calculado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao total, o IBGE faz as contas usando dois métodos, que têm que dar o mesmo resultado: pela produção e pela demanda. No lado da produção, considera-se o quê foi feito nos setores agropecuária, indústria e serviços. Pelo consumo, entram os gastos das famílias, do governo, os investimentos realizados pelas empresas, exportações e importações.