O crescimento econômico da China desacelerou para o ritmo trimestral mais fraco desde a crise financeira global em 2009. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 6,5% no terceiro trimestre em comparação com igual período do ano anterior. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Estatísticas. Em relação ao trimestre anterior, o avanço foi de 1,6%.
Essa foi a expansão trimestral mais fraca na comparação anual desde o primeiro trimestre de 2009, pico da crise financeira global. Após a divulgação, reguladores tentaram agir rapidamente para acalmar os nervos dos investidores. A atividade econômica chinesa sofre com os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos – o país impôs tarifas sobre 250 bilhões de produtos chineses.
O crescimento no terceiro trimestre também foi afetado pela produção industrial em setembro, o resultado mais fraco desde fevereiro de 2016. As montadoras do país reduziram a produção em mais de 10% em meio ao enfraquecimento das vendas.
“A fraqueza está vindo da indústria secundária, com destaque para a manufatura. Podemos revisar nossas estimativas para o quarto trimestre”, disse a economista sênior do ANZ, Betty Wang.
Antes da divulgação dos dados, economistas esperavam que o crescimento da China no ano chegasse a 6,6%, atingindo confortavelmente a meta do governo de 6,5%. A expectativa para 2019 era de um crescimento de 6,3% – mas agora alguns dizem que a economia pode estar ainda mais enfraquecida no próximo ano.
“Olhando para a frente, o cenário econômico não é otimista com as exportações enfrentando mais obstáculos com as tarifas dos EUA e a demanda de países emergentes caindo. O crescimento do PIB deve desacelerar a 6% ou 6,2% no próximo ano”, disse a analista do Hwabao Trust Shanghai, Nie Wen.