PIB: O que está por trás do crescimento de importação e exportação
Altas de 3,7% nas exportações e 11,6% nas importações se referem ao volume, mas venda em dólar é mais importante e ajudou o real a se valorizar
Dados sobre o PIB divulgados na manhã desta terça-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostraram que, sob a ótica da despesa, no primeiro trimestre de 2021 em relação ao quarto trimestre de 2021 as exportações de bens e serviços cresceram 3,7% enquanto as importações cresceram 11,6%. Os destaques na produção ficaram com a agropecuária, que cresceu 5,7%, enquanto a indústria teve crescimento de 0,7% e serviços 0,4%. Já, em relação ao primeiro trimestre de 2020, as exportações de bens e serviços cresceram 0,8%, enquanto as importações tiveram alta de 7,7%.
O crescimento das exportações no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado se deve ao aumento das vendas brasileiras ao mercado internacional de minerais metálicos, produtos alimentícios e veículos automotores. Contrabalanceando essa alta, as vendas externas de derivados de petróleo e de produtos da agropecuária caíram. Já o crescimento robusto de 7,7% nas importações se deve principalmente às compras de produtos químicos, farmacêuticos e farmoquímicos, máquinas e aparelhos elétrios e produtos de metal.
Apesar de, no resultado do PIB, a balança comercial brasileira aparentar estar negativa, estes números enganam porque se referem apenas à quantidade exportada e importada. Em reais, a balança comercial ficou extremamente positiva nos últimos meses devido à desvalorização do real em relação ao dólar e aos altos preços das commodities no cenário internacional, o que tem contribuído com a queda da cotação do dólar.
“Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho positivo de alguns produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre, como soja, fumo e arroz, e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada”, diz a publicação do IBGE.
Já a indústria de transformação cresceu 5,6% em relação ao primeiro trimestre de 2020, com alta principalmente na fabricação de máquinas e equipamentos, produtos de metal, produtos de minerais não-metálicos e metalurgia.