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Por que a economia americana se recupera mais rapidamente que a europeia

Dados do PMI nos Estados Unidos vieram melhores que da União Europeia devido à diferença da abordagem econômica entre os governos

Por Luisa Purchio Atualizado em 21 ago 2020, 14h06 - Publicado em 21 ago 2020, 13h51

Na manhã desta sexta-feira, 21, dados sobre a atividade econômica na zona do Euro e nos Estados Unidos, indicam que a recuperação após o ápice da crise do novo coronavírus está acontecendo em ambas as regiões, porém em maior velocidade nos EUA que nos países da União Europeia. De acordo com números da provedora de informações IHS Markit, o índice composto da atividade total nos Estados Unidos ficou em 54,7, ante 50,3 em julho, o mais alto dos últimos 18 meses, mostrando que os negócios melhoraram no setor privado e a demanda aumentou. O crescimento foi significativo no setor de serviços, que ficou em 54,8, ante 50 em julho, refletindo o aumento das vendas após cinco meses de queda. O setor de manufatura também se expandiu para 53,6, ante 50,9 em julho, o maior dos últimos 19 meses. Já na zona do euro, o PMI composto ficou em 51,6, ante 54,9 em julho. Embora a produção do setor manufatureiro tenha ficado em 55,7, a máxima dos 28 meses, o setor de serviços puxou o índice para baixo e ficou no patamar mais baixo dos últimos meses, em 50,1, ante 54,7 em julho.

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Essa diferença entre os desempenhos do PMI entre os Estados Unidos de Donald Trump e os países da União Europeia está relacionada com a diferença entre as suas políticas de auxílio econômico. Enquanto os EUA injetaram quase 3 trilhões de dólares na economia para aumentar a liquidez da moeda e incentivar as atividades econômicas, o bloco europeu aplicou 750 bilhões de euros na economia. Além disso, o liberalismo que impera no país contribui para uma recuperação mais rápida. “A economia americana tem flexibilidade do mercado de trabalho, não há leis trabalhistas que dificultam a contratação de funcionários. Os números recentes do emprego vieram acima do esperado, o mercado americano está se recuperando de uma forma melhor”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

“De forma encorajadora, as empresas sinalizaram um aumento acelerado na contratação, à medida que maiores fluxos de novos negócios levaram a aumento da pressão sobre a capacidade. Alguns também mencionaram que o tempo necessário para estabelecer as práticas de negócios agora lhes permitiram expandir o número de sua força de trabalho”, diz Siân Jones, economista da IHS Markit. No caso da Europa, o aumento nos novos casos de contaminação pela Covid-19 provocaram novas restrições de deslocamento, o que prejudicou o setor de serviços na zona do Euro UE. “A zona do euro está em uma encruzilhada, uma vez que o crescimento econômico pode voltar a acelerar nos próximos meses ou pode decair após o rebote inicial no relaxamento dos confinamentos”, diz Andrew Harker, diretor de Economia do IHS Markit. Além disso, a falta de confiança na recuperação gera cautela na contratação de mão de obra, o que impacta na criação de empregos. “O curso provavelmente vai depender muito do grau de sucesso da contenção de COVID-19 e ao, se as empresas e seus clientes podem desenvolver a confiança necessária para promover o crescimento”, diz ele. Na Alemanha de Angela Merkel, principal economia da zona do Euro, o PMI também decepcionou. No caso dos EUA, a retomada no mercado de trabalho ajuda a retomada mais rápida.

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Mercados

Acompanhando os dados internacionais, as bolsas de valores da Europa e dos EUA reagiram de forma diferente. O índice Dow Jones 500, que é mais impactado pela atividade da indústria americana, estava em alta de 0,30% por volta das 13h40 dessa sexta-feira e o S&P 500 subia 0,11% no horário. Já o S&P Europa 350 estava em queda de 0,17%. No horário, o Euro se desvalorizava 0,82% em relação ao dólar, a 1,17 dólares. O Ibovespa, por sua vez, que é fortemente influenciado pelas bolsas americanas, se valorizou logo após a divulgação dos dados da atividade industrial nos EUA e alcançou 101.717 pontos, mas no início da tarde caía 0,57%, a 100.888 pontos, em realização de lucros. Já em relação ao real, o dólar comercial se valorizava 0,73%, a 5,594 reais.

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