Por que o Itaú BBA ficou decepcionado com o lucro da Coca-Cola FEMSA
Em relatório enviado a clientes, banco classificou os resultados divulgados como 'chuvosos'

Apesar de ter superado as projeções do consenso de mercado, os resultados da Coca-Cola FEMSA no segundo trimestre frustraram o Itaú BBA. Em relatório enviado a clientes, classificou o desempenho como rainy results. Ou resultados chuvosos
A decepção veio principalmente do resultado abaixo do esperado no México e na América Central, regiões que representam uma fatia importante dos negócios da companhia.
A receita líquida somou 72,9 bilhões de pesos mexicanos, crescimento anual de 5%, mas 4,1% abaixo do esperado pelo Itaú.
O EBITDA recuou 3,8% na comparação anual, totalizando 13,4 bilhões de pesos mexicanos, 12,3% abaixo das estimativas do banco, com uma margem de 18,4%, contra previsão de 20,1%. O lucro líquido caiu 5,3%, para 5,3 bilhões de pesos mexicanos, 20,8% abaixo da projeção, também pressionado por uma alíquota de imposto mais alta.
Volume de vendas em queda
O volume de vendas nesses mercados caiu mais de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, afetado por clima desfavorável, efeito base elevado e impactos residuais de um boicote à marca.
Essa queda, somada à pressão de custos e à desvalorização do peso mexicano, derrubou o EBITDA em 10% na região. No consolidado, o indicador recuou 4%, com margem comprimida em 160 pontos-base, resultado que ficou abaixo tanto das estimativas do Itaú quanto da média do mercado.
A América do Sul apresentou desempenho melhor, puxada pela Argentina, mas não foi suficiente para compensar a fraqueza no principal mercado da empresa. O lucro líquido caiu 5%, também pressionado por uma alíquota de imposto mais alta do que o previsto.
Mesmo mantendo recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de 205 pesos mexicanos até o fim de 2025, o Itaú afirmou que será necessário revisar suas projeções para a empresa.
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