O presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, afirmou nesta terça-feira 29 que alguns postos de São Paulo começaram a receber combustível. Segundo ele, as entregas do combustível de ‘boa qualidade’ foram feitas durante a madrugada sob escolta policial.
“A entrega de combustível é mínima e não há previsão para normalizar a situação na cidade de São Paulo. Oitenta por cento da entrega do combustível é feita pelos caminhões das refinarias que só conseguem sair escoltados. Os outros 20% são feitos por caminhoneiros que estão em greve ou com medo de piquetes”, explicou Gouveia.
O presidente do Sincopetro destacou que, quando a greve acabar de fato, a população deve esperar em média dez dias para normalizar a situação do abastecimento de combustível.
“Nos primeiros três dias ainda se formarão longas filas, mas aos poucos a população vai se tranquilizar e ver que não terá mais a necessidade de correr para abastecer o veículo. Os postos devem levar sete dias para recuperar os estoques”, disse Gouveia.
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), afirmou em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira que três refinarias de petróleo do estado de São Paulo estão abertas. Segundo ele, haverá combustível nos postos com bandeira Ipiranga e Shell. “Com a retomada do abastecimento nos postos de São Paulo, em breve haverá gasolina para todos os veículos”, disse.
Segundo ele, a situação de abastecimento de postos de gasolina está mais favorável nesta terça-feira. “Estamos caminhando para começar a ter uma vida normal.”
Ameaças
O presidente da Sincopetro disse que os postos que estão recebendo combustível devem ter apoio da polícia, porque segundo ele, há relatos de brigas, principalmente de pessoas que furam a fila. Contudo, ele ressaltou que é preciso “ter muita paciência”.
Ele afirmou também que recebeu informações de que proprietários de postos de gasolina na capital têm sido ameaçados por telefone quando tentam receber e vender o combustível. “Tem gente ameaçando botar fogo no posto. É quase uma guerra”, lamenta Gouveia.