Preço médio da gasolina volta a R$ 5 e cria cenário difícil para Lula
Alta de 3% nas bombas reflete o último reajuste da Petrobras nas refinarias; governo tem até o fim desse mês para decidir sobre a isenção nos combustíveis
O preço médio da gasolina nos postos de combustível do país já se mostra sensível a impactos do aumento do preço do combustível nas refinarias, realizado pela Petrobras na semana passada. Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a gasolina comum foi comercializada por 5,12 reais em média no país. A alta no preço do litro é de 3,02%.
O reajuste de 7,4% da gasolina nas refinarias, autorizado pela Petrobras no dia 24 de janeiro, fez com que o preço ao consumidor subisse acima dos cinco reais após duas semanas.
A alta do combustível aponta uma pressão inflacionária e uma difícil equação para o governo Lula resolver. Além do combustível impactar diretamente na inflação, já que o grupo transporte tem o maior peso no índice de preços e também pressiona o restante da cadeia de produção, o governo precisa definir ainda em fevereiro se retoma a cobrança de impostos federais sobre o produto. A isenção foi autorizada às vésperas da campanha eleitoral por Bolsonaro e prorrogada por Lula por um prazo de 60 dias.
O preço do combustível nas refinarias leva em consideração a variação do petróleo no mercado internacional e a cotação do câmbio. Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras está 6%, ou R$ 0,18 por litro, acima da paridade de importação. No caso do diesel, a diferença é ainda maior: 14%, ou R$ 0,56 por litro. Esse cenário pode trazer cortes nos combustíveis pela Petrobras antes que a estatal decida alguma mudança na política de preços, duramente criticada por Lula durante a campanha eleitoral.