Prejuízo dos Correios cresce 84% e chega a R$ 1,3 bi no o 1º semestre
Se não reverter resultado, estatal se encaminha para o terceiro ano seguido com as contas no vermelho
Os Correios voltaram a ter prejuízo no segundo trimestre e, se não reverter o resultado nos próximos meses, se encaminham para ter o terceiro ano seguido no vermelho em 2024.
Enquanto a receita somou 4,78 bilhões de reais e teve uma ligeira queda, de 0,5%, na comparação com o mesmo trimestre em 2023, o prejuízo líquido cresceu 36% e saltou para 553,2 milhões de reais. No semestre, o prejuízo acumulado já é de 1,35 bilhão de reais, um aumento de 84% ante os mesmos meses em 2023, quando o resultado ficou negativo em 735 milhões. As demonstrações contábeis do período estão disponíveis no site da empresa.
Dono do monopólio da entrega de cartas e correspondências no Brasil, um nicho em franco declínio há décadas, os Correios enfrentam o avanço crescente da concorrência no filão de mercado que mais cresce: o de encomendas, que abarca os pacotes de compras do comércio eletrônico. A estatal chegou a entrar na fila das privatizações durante o governo de Jair Bolsonaro, mas teve o projeto de venda cancelado pela gestão Lula, que montou um projeto de fortalecimento da companhia como uma empresa estratégica nacional e prometia levá-la de volta ao lucro.
No semestre, a receita com a entrega de cartas, seguindo a tendência dos últimos anos, caiu 8%, para 2,28 bilhões de reais, enquanto as encomendas avançaram 1,4%, somando 4,64 bilhões de reais. O segmento Internacional, que distribui os pacotes de compras feitas no exterior e foi um dos que mais cresceu em anos recentes, perdeu força e avançou 1% (para 2,1 bilhões), refletindo a desaceleração das compras internacionais depois do aumento da taxação feito pelo programa do governo federal Remessa Conforme.