Previdência: recontagem de votos identifica falta de apoio

Governo realiza primeira reunião do ano com lideranças políticas para definir estratégia para votar reforma da Previdência

Por Reuters e Estadão Conteúdo
Atualizado em 30 jan 2018, 21h13 - Publicado em 30 jan 2018, 20h39

Os líderes da base aliada ao presidente Michel Temer retomarão a contagem de votos para a reforma da Previdência – são necessários 308 votos para que a proposta de emenda constitucional seja aprovada na Câmara. Segundo o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP), há problemas em todas as bancadas de partidos aliados.

Mansur evitou falar qual partido tem apresentado mais resistência à reforma, e disse que há questões desde o MDB, partido de Temer, até em bancadas de legendas menores.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que está confiante na aprovação da reforma da Previdência em fevereiro e ressaltou que contagens preliminares sobre o apoio do Congresso à proposta são imprecisas. “Existem diversas contagens. Hoje, a maior parte dos parlamentares está em suas cidades e Estados em recesso. Portanto esta conta é muito imprecisa. Vamos de fato saber exatamente no dia da votação.”

Meirelles acrescentou que o governo está trabalhando para conseguir os 308 votos necessários para aprovação da emenda constitucional na Câmara.

Na primeira reunião do ano com lideranças políticas para tentar angariar votos e aprovar a reforma da Previdência, o governo busca traçar uma estratégia em busca de maior apoio à proposta. Escalado quase que diariamente para fazer a defesa da reforma da Previdência, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que a reunião desta terça-feira na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com líderes da Câmara e do Senado, faz parte de uma “nova estratégia” do governo para conseguir os 308 votos necessários para a aprovação. 

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Servidores

Em busca da aprovação da proposta, Temer pediu ao deputado Rogério Rosso (PSD-DF) a costura de uma proposta alternativa para os servidores públicos na reforma da Previdência. Marun disse não ter conhecimento do pedido, mas admitiu que a proposta pode sofrer novas alterações desde que agregue votos. “Não queremos conversa que não leve a lugar nenhum, conversas que não tragam votos”, reforçou. 

Rosso foi incumbido de negociar com representantes do funcionalismo público uma proposta para a transição de aposentadoria para quem entrou no serviço público antes de 2003. Esse é um ponto de impasse da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência.

A proposta que será levada ao plenário da Câmara cobra que esses servidores cumpram as idades mínimas de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para manter a integralidade (direito de se aposentar com o último salário) e a paridade (reajustes iguais aos funcionários da ativa). Rosso ficou responsável por abrandar essa regra.

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O deputado, que tem reduto eleitoral nas categorias de servidores, foi um dos principais críticos da propaganda do governo para vender a reforma da Previdência, que teve como mote o fim dos privilégios dos servidores. Para ele, a propaganda foi “infeliz” ao tentar “demonizar os servidores”, o que acabou prejudicando a votação.

Segundo Marun, se o deputado Rosso trouxer propostas que não interfira nos princípios da reforma, o governo pode escutá-las. Ao ser questionado se então ainda há espaço para ceder no texto, Marun disse que não é questão de ceder e sim de dialogar. 

O ministro citou ainda a pesquisa Ibope que a Presidência contratou que mostra uma melhor aceitação da reforma. “Nossa estratégia está sendo exitosa”, declarou, em tom otimista, sem falar em votos. 

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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