Com o temor em torno da pandemia do novo coronavírus, o dólar comercial fechou em alta de 1,29% nesta quarta-feira, 1°, cotado a R$ 5,26, novo recorde nominal. É o quarto dia consecutivo de avanços. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 5,27. O recorde anterior era de R$ 5,19, registrado no último dia 18 de março. Em 2020, a alta acumulada é de 31,1%.
De acordo com analistas consultados por VEJA, os investidores estão aflitos com o avanço da Covid-19 pelo mundo e com as recentes e tenebrosas notícias envolvendo a pandemia. Em pronunciamento, a Casa Branca anunciou novas medidas de combate à doença nos Estados Unidos e projetou entre 100 mil e 240 mil o número de mortes pelo vírus no território americano, o que caiu como uma bomba para o mercado global, acometendo também o brasileiro. A possibilidade da proibição de voos do Brasil aos EUA, admitida por Donald Trump, também influenciou os números.
“O presidente americano caiu na real em relação ao que os Estados Unidos vão enfrentar pela frente, existe uma previsão catastrófica de no mínimo 100 mil mortos. Isso caiu como uma bomba não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Ainda tem o agravante da possibilidade dos americanos aumentarem o número de países com restrição de voos, o que pode incluir o Brasil”, analisou Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da corretora Ourominas.
Sem novos anúncios e com o avanço da pandemia, a moeda americana deve operar em alta nos próximos dias. “A previsão é de que o dólar continue subindo. O que pode aliviar essa alta é a diminuição do número diário de mortos na Itália e na Espanha, o que estamos vendo nos últimos dias é a estabilidade desses números, uma queda ou alguma outra boa notícia pode influenciar positivamente o mercado”.