A Agência Nacional de Petróleo (ANP) divulgou, nesta quarta-feira, 22, os dados de produção de petróleo do Brasil em 2019. A produção total do óleo foi de 1,018 bilhão de barris, um aumento de 7,78% em relação ao volume produzido em 2018, quando foram produzidos 944,117 milhões de barris. Já a produção total de gás natural em 2019 foi de 44,724 bilhões de metros cúbicos, um aumento de 9,46% em relação aos 40,857 bilhões de metros cúbicos registrados no ano anterior. É a primeira vez em que a produção brasileira ultrapassa a marca de 1 bilhão de barris. A produção no pré-sal em dezembro correspondeu a 66,82% da produção nacional. O campo de Lula, na Bacia de Santos, no Rio de Janeiro, foi a maior fonte dos combustíveis.
Na ânsia do governo de focar na produção e extração de petróleo, a Petrobras tem empenhado-se em vender os campos de petróleo. Em edição de novembro, VEJA destrincha o por quê de, apesar da crescente pressão por alternativas a combustíveis fósseis, o longo — e primoroso — reinado do óleo ainda está longe do fim.
Apesar da tendência crescente de repensar a produção de energia global, falta estrutura para que fontes renováveis se consolidem como uma alternativa viável. “Ainda não há tecnologia suficiente para atender a toda a demanda. Para que as empresas consigam fazer essa transição, manter um fluxo de oferta constante é extremamente necessário”, diz Anderson Dutra, sócio da consultoria KPMG.
Um dos cenários catastróficos desenhados a partir da crise do petróleo de 1973 apontava para o súbito desaparecimento do óleo negro. Depois de quase cinco décadas, a racionalização dos métodos de extração e a descoberta de novas reservas, como a do pré-sal brasileiro, lançaram para o futuro relativamente remoto a perspectiva de isso ocorrer. Estudos recentes revelam que a demanda por petróleo continuará subindo até 2050 — apenas a velocidade de crescimento será menor — e o anúncio da ANP comprova isso.