O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na sexta-feira o resultado do produto interno bruto (PIB) do segundo trimestre de 2017. Bancos e economistas consultados por VEJA preveem que a economia terá crescimento zero ou negativo no período (veja abaixo).
Instituição | % em relação ao 1º tri |
Santander | 0 |
Rosenberg Associados | 0 |
Safra | 0 |
Itaú Unibanco | 0 |
Fator | -0,1 |
Ibre/FGV | -0,2% |
Essa expectativa está em linha com a expectativa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que disse na semana passada que o PIB do segundo trimestre deveria ser zero ou negativo. Ele atribuiu essa estimativa ao forte crescimento da economia no primeiro trimestre (+1%) e fatores sazonais – o resultado da agricultura é costumeiramente melhor no primeiro trimestre.
O Itaú Unibanco elevou previsão de desempenho do PIB no segundo trimestre de -0,2% para zero depois de três pesquisas – produção industrial, varejo e receita real de serviços – virem com resultado acima do esperado.
“O mercado de trabalho também surpreendeu, com a taxa de desemprego recuando no trimestre terminado em junho. Ainda que a surpresa seja consequência do aumento da informalidade, o trabalho informal também contribui para o aumento da massa salarial, impulsionando o consumo das famílias”, afirma o relatório do Itaú Unibanco.
O Banco Safra também melhorou sua expectativa de crescimento negativo para zero após indicações mais favoráveis de que as vendas varejistas tiveram crescimento robusto em junho. O Safra cita as vendas de veículos e de materiais de construção, que superaram as expectativas e são um indicador de melhora da economia. O banco também menciona a pesquisa mensal dos serviços, que mostrou que o faturamento real do setor cresceu 0,3% no segundo trimestre, o primeiro resultado positivo desde o quarto trimestre de 2014.
“Em conjunto, essas informações nos levaram a revisar o PIB do segundo trimestre para 0,0% na margem, o que representaria o segundo trimestre sem variação negativa após dois anos de recessão”, afirma o Safra.
De acordo com estimativa do banco, o desempenho do segundo trimestre vai refletir uma recuperação disseminada entre os setores da economia, diferentemente do primeiro trimestre, marcado pela agropecuária.
“Em nossa visão, pela ótica da oferta, a indústria e o setor de serviços – puxado, sobretudo, por um desempenho positivo do comércio – devem ter apresentado crescimento no período, enquanto a agropecuária provavelmente devolveu parte da alta observada no primeiro trimestre de 2017”, diz o relatório do Safra.
O crescimento esperado do comércio deve ter se traduzido, pela ótica da demanda, em expansão de 0,5% do
O Safra agora prevê que o PIB fechará o ano com crescimento de 0,3%, melhor que a projeção anterior de estabilidade.
Para 2018, Meirelles melhorou na segunda-feira a expectativa de crescimento de 2% para entre 2,5% e 3%. “A expectativa é darmos no próximo ano um ritmo de crescimento acima de 2,5%, possivelmente ao redor de 3%. Mas esse é um quadro de previsão, sujeito obviamente a variáveis que estão em andamento”, disse o ministro.