Queda no desemprego nos EUA e vacinas animam investidores

Apesar da sombra da segunda onda de Covid-19, mercados internacionais reagem bem a sinais de retomada

Por Luisa Purchio Atualizado em 2 jul 2020, 11h51 - Publicado em 2 jul 2020, 11h25

Na manhã desta quinta-feira, 2, o payroll, relatório sobre o mercado divulgado pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, mostrou que foram criadas 4,8 milhões de vagas no país em junho, o que derrubou a taxa de desemprego para 11,1%, ante 13,3% em maio. Esses dados mostram que, em meio à sombria crise provocada pela pandemia da Covid-19 e ao risco de novas ondas de contágio da doença, algumas faíscas vêm reacendendo as fogueiras dos mercados e impedindo que as economias mundiais esfriem demais. Uns dos mais fortes insumos que vêm mantendo essa fogueira acesa são as injeções do governo americano na economia. O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, anunciou muitos programas de incentivo e mais de três trilhões de dólares injetados na economia por meio de medidas como concessão de crédito a empresas e pessoas físicas. Esses programas têm como objetivo evitar que empresas fechem, empregos sejam perdidos e, consequentemente, o consumo caia, o que congela a economia.

ASSINE VEJA

Wassef: ‘Fiz para proteger o presidente’
Wassef: ‘Fiz para proteger o presidente’ Leia nesta edição: entrevista exclusiva com o advogado que escondeu Fabrício Queiroz, a estabilização no número de mortes por Covid-19 no Brasil e os novos caminhos para a educação ()
Clique e Assine

Apesar de essas políticas terem um custo – o déficit público americano será catastrófico nesse ano, mais de 30 por cento do PIB –, elas vêm dando um resultado surpreendente. “O mercado americano é muito flexível mesmo, mas ninguém esperava uma recuperação tão grande”, diz Simão Davi Silber, professor de Economia da USP e pesquisador da FIPE.

Outro importante combustível que tem produzido chamas no mercado é o avanço das pesquisas para a criação de uma vacina contra a Covid-19. Além do laboratório alemão BioNtech e da gigante farmacêutica americana Pfizer terem resultados positivos nas fases preliminares dos testes de imunização, a inglesa AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, avança significativamente e traz a esperança de que a pandemia ficará mais controlada até o final do ano. As baixas taxas de juros das economias também contribuem com o aquecimento do mercado, pois causam o conhecido efeito “Tina, um jargão que significa “There Is No Alternative” (“Não há alternativa”, em tradução livre). “Essa certa exuberância do mercado reflete a ida dos investidores para a bolsa. Eles têm de inventar alguma alternativa porque nada rende”, diz o economista Silber.

Continua após a publicidade

Diante dessas boas notícias, as bolsas se animam. Por volta das 11h20 desta quinta-feira, o Ibovespa subia 1,07%, acompanhando as altas internacionais: o índice americano S&P 500 operava em alta de 1,43%, o Nasdaq em +1,47% e o Dow Jones em +1,67. A animação do mercado também refletia na Europa. O índice da economia europeia Euro Stoxx 50 operava em alta de +2,99%. O Ibovespa mantinha a alta de 1,49% no horário. As bolsas asiáticas ainda não refletiram os dados da economia americana, mas otimistas com a vacina, fecharam em alta. O principal índice de Tóquio, Nikkei 225, fechou em alta de +0,11%, enquanto o de Hong Kong, Hang Seng, fechou em alta de 2,85%. Os números são animadores em curto prazo e no médio também – a bolsa americana e brasileira no segundo trimestre cresceram quando comparados ao primeiro trimestre. Porém ainda é preciso cautela porque a pandemia ainda não chegou ao fim e, apesar de mais aquecida, a economia ainda não recuperou o vigor dos patamares pré-pandemia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SEMANA DO CONSUMIDOR

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.