O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta terça-feira, 22, sanções a cinco bancos e três bilionários russos. Com a decisão, esses ativos ficam bloqueados para movimentação no Reino Unido. “Quaisquer bens que eles detenham no Reino Unido serão congelados, os indivíduos em questão serão proibidos de viajar para cá e proibiremos todos os indivíduos e entidades do Reino Unido de negociar com eles”, disse o premiê ao parlamento britânico.
Entre os bancos bloqueados estão Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e o Black Sea Bank. Já as pessoas que enfrentam sanções são os empresários Gennady Timchenko, Igor Rotenberg e Boris Rotenberg.
Em comum, além de fortunas avaliadas em bilhões de dólares, os russos têm relações pessoais com o presidente Vladimir Putin e já sofreram sanções em 2014, durante o conflito da Criméia, que também envolveu a Ucrânia.
Timchenko, de 69 anos, tem uma fortuna avaliada em 18 bilhões de dólares e é a 105ª pessoa mais rica do mundo, segundo o ranking da Bloomberg. O empresário controla o Volga Group, que investe em energia, transporte e construção. Suas maiores participações incluem 23,5% da produtora de gás de capital aberto Novatek e 14,5% da fabricante de produtos químicos Sibur. A Novatek é responsável por cerca de 10% da produção de gás natural da Rússia. Além disso, ele preside a liga nacional russa de hóquei no gelo, a KHL, e é presidente do SKA Saint-Petersburg Hockey Club.
Boris Rotenberg, com fortuna de 1,2 bilhão de dólares segundo a revista Forbes, é proprietário do banco de investimento russo SMP Bank. Em 2014, foi atingido pelas sanções americanas. Na ocasião, o Tesouro dos EUA alegou que Putin havia concedido bilhões de dólares a ele e seu irmão, Arkady Rotenberg, em contratos com a Gazprom e para a Olimpíada de Sochi. Igor Rotenberg é sobrinho de Boris e foi sócio dos negócios do pai e do tio. Hoje, o empresário, com fortuna calculada em 1,1 bilhão de dólares, controla a empresa de perfuração Gazprom Bureniye.
Sanções
Segundo o premiê britânico, o bloqueio de bens dos bilionários e bancos russos é “a primeira parcela, a primeira barragem, do que estamos preparados para fazer”. Ao parlamento, ele afirmou ter mais sanções em prontidão, a serem implantadas ao lado dos Estados Unidos e da União Europeia, se a situação se agravar ainda mais.
A ação de Johnson já havia sido ventilada por ele próprio no último sábado, durante discurso na Conferência de Segurança de Munique, o premiê afirmou que, caso houvesse avanço de Moscou sobre Kiev, o governo britânico tomaria sanções com o objetivo de bloquear o acesso de grandes empresas russas ao mercado financeiro de Londres.