Relator pode tirar da Previdência corte de benefícios aos mais pobres
Samuel Moreira afastou possibilidade de ampliar vantagens para corporações; Maia reafirmou expectativa de votar reforma ainda no primeiro semestre do ano
O relator da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmou nesta sexta-feira, 30, que poderá retirar da proposta por meio do seu relatório pontos que cortam benefícios para a população mais pobre, sem detalhar itens. Ele também afastou a possibilidade de ampliar benefícios para corporações.
“Não é fácil para uma reforma, neste momento, ficar ampliando benefícios. Por maior mérito que tenham, o momento é difícil de ampliar benefícios. O que podemos é rever alguns cortes de benefícios que sacrifiquem a classe mais pobre e que precisamos preservar. Aí, nós temos que tirar e melhorar o texto”, disse Moreira após participar da convenção nacional do PSDB, em Brasília.
O novo presidente do PSDB, Bruno Araújo, eleito nesta sexta na convenção, afirmou que o partido vai decidir nas próximas semanas se fecha questão na reforma da Previdência entre as bancadas da Câmara e do Senado. Em caso de fechamento de questão, os parlamentares filiados são obrigados a votar de acordo com a orientação da sigla, sob o risco de punição em caso de descumprimento.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou a expectativa de votar e aprovar a reforma da Previdência na Câmara até o fim do primeiro semestre do ano. Citando a possibilidade de o PSDB fechar questão em torno da proposta e obrigar os deputados da legenda a votarem favoravelmente ao texto, ele disse que mais partidos estão caminhando para isso.
“Os partidos estão todos caminhando nessa linha, todos os partidos que converso, todos que têm uma linha liberal na economia. Essa sinalização do PSDB de fechamento de questão é talvez decisiva para a gente colocar a reforma nos trilhos”, declarou.
Maia listou como legendas que também podem adotar essa postura DEM, PP, PL (ex-PR), Cidadania e Podemos. E ainda mandou um recado ao PSL e ao governo do presidente Jair Bolsonaro: “Se tivermos a clareza que temos junto com PSL e o governo ajudando a construir a votação, podemos antecipar, o importante é fechar o semestre com essa matéria votada. Isso seria ideal para a Câmara dos Deputados, no meu ponto de vista.”
(Com Estadão Conteúdo)