Risco de paralisação permanece enquanto montadoras aguardam Planalto
Já são 14 fábricas paralisadas neste ano; o risco é de 'layoff' em mais três
A orelha do ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, esquentou nesta última quinta-feira, 2. Isso porque representantes do setor passaram o dia ao telefone com Alckmin cobrando detalhamentos do plano de barateamento dos carros.
A preocupação é premente. Enquanto mais detalhes não são oferecidos — ou, pior, o plano não é logo colocado em prática — os consumidores represam gastos e o mercado fica às mínguas. Para se ter uma ideia, na última quarta-feira, 31, uma grande montadora vendeu apenas uma unidade de veículo leve no país.
Já são 14 fábricas paralisadas neste ano. O risco é de ‘layoff’ em mais três. Uma delas é a planta da Volkswagen em Taubaté, que chegou a anunciar desistência da suspensão da produção assim que o plano foi anunciado, na semana passada.
Alckmin prometeu celeridade na demanda. Paralelamente, o pacote de estímulo à produção de carros populares de até 120 000 reais recebeu ontem o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele apresentou ao Palácio do Planalto a versão final do programa, que será analisada pela Casa Civil.
O ministro não informou a data de lançamento. Segundo ele, isso dependerá da agenda do presidente Lula e da superação de entraves burocráticos, como pareceres da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
“Nós fechamos um entendimento. Ficou um desenho bom para o MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], bom para a Fazenda. Os dois ministérios estão muito bem contemplados com a solução, inclusive do ponto de vista fiscal, do estímulo que vai ser dado e a dimensão do programa. Está tudo delimitado”, disse Haddad ao retornar do Planalto. De acordo com ele, o impacto final da renúncia de impostos será inferior aos 2 bilhões de reais inicialmente anunciados e será integralmente compensado.