Cinco usinas termelétricas foram acionadas para garantir o abastecimento de energia elétrica em Roraima, depois de a Venezuela ter interrompido o fornecimento de energia ao estado. A interrupção começou na quinta-feira, 7, após notícias de que haveria um apagão na Venezuela.
A Roraima Energia informou, em nota, que a produção das termelétricas é suficiente para garantir o abastecimento do estado.
Roraima é o único estado brasileiro que não está interligado ao sistema elétrico nacional. Por isso, recebe energia do complexo hidrelétrico venezuelano de Guri e Macaguá.
Segundo a companhia, a primeira interrupção no fornecimento de energia pela interligação Brasil-Venezuela ocorreu às 10h22 de quinta-feira, 7, no horário local, e logo as termelétricas foram acionadas.
A interligação com a Venezuela foi restabelecida, mas houve nova interrupção por volta das 17h. Ao longo da noite, foram feitas tentativas de restabelecer a interligação entre os países, mas a Roraima Energia informou que, devido à grande instabilidade, isso não foi possível.
“Até o momento, não recebemos informação concreta das causas dos desligamentos na interligação e o sistema continua sendo atendido 100% pelo parque termelétrico”, informa a nota da concessionária.
No texto, a Roraima Energia afirma que tem cinco termelétricas com capacidade instalada total de 216,5 megawatts (MW), capazes de atender 100% do sistema elétrico do estado, com consumo médio em torno de 400 mil litros de combustível por dia.
O governo do estado acompanha a situação e repassa as informações a órgãos do governo federal. O Executivo estadual reforça que as termelétricas têm condições de manter o abastecimento da população e das indústrias.
Linhão de Tucuruí
No fim do mês passado, o governador de Roraima, Antônio Denarium, falou sobre os cortes de energia ocorridos com o agravamento da crise política na Venezuela e afirmou que foi determinada a urgência na construção do Linhão de Tucuruí, que vai permitir interligar o estado ao sistema elétrico nacional.
Desde julho de 2001, grande parte do estado, incluindo a capital, Boa Vista, é suprida por energia elétrica proveniente da Venezuela, por meio de um sistema de transmissão situado parte em território venezuelano, parte em território brasileiro. Em 2010, o montante de energia importada passou a ser reduzido, o que acabou resultando em dificuldades no atendimento do mercado do Estado de Roraima.