Seguranças do Pão de Açúcar são acusados de espancar jovem negro
Mãe diz que o jovem foi espancando após consumidor chocolate e salgadinho dentro da loja. Os produtos foram pagos depois - conta deu R$ 9,81
Um adolescente negro de 16 anos foi agredido por seguranças do supermercado Pão de Açúcar, unidade do Jabaquara, zona sul de São Paulo, na noite do último domingo. O jovem havia consumido uma barra de chocolate e um Doritos dentro da loja, antes de pagar pelos produtos. O relato foi publicado no Facebook pela mãe do rapaz, Luciana Cruz.
Segundo seu relato, três seguranças chutaram o adolescente depois de jogá-lo no chão e chegaram a enforcá-lo na frente dos funcionários dos caixas e outros clientes. Ele também levou seis tiros de airsoft no rosto, equipamento de pressão que dispara bolinhas de plástico.
Luciana ainda diz que o jovem foi ofendido verbalmente. “Enquanto o espancavam sadicamente, o xingavam de favelado, moleque de quebrada. Diziam que conheciam o tipo dele”.
“Será que se ele fosse um menino branco teria acontecido isso? Até quando vidas negras serão pré-julgadas?”, questionou ela.
Os produtos foram pagos pelo rapaz depois da agressão e somaram 9,81 reais, de acordo com a nota fiscal postada na rede social.
Luciana registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso e afirmou que vai processar o supermercado.
Procurado, o Pão de Açúcar informou que não tolera atos de violência e repudia veementemente qualquer comportamento desse tipo em suas lojas. “Assim que tomou conhecimento do caso, a rede instaurou um processo interno de apuração, notificando a empresa a prestar todos os esclarecimentos e afastando imediatamente os envolvidos, até que o caso seja esclarecido junto aos órgãos competentes.”
A empresa Comando G8, responsável pela segurança da loja em Jabaquara, comunicou que não tolera qualquer suspeita de desvio de conduta de seus colaboradores. “Em respeito às políticas exigidas pelo Pão de Açúcar para os seguranças em suas lojas, desligou imediatamente os três colaboradores envolvidos no relato da unidade do Jabaquara. Paralelamente a essa decisão, a companhia abriu uma sindicância interna para apurar o ocorrido e tomar as demais medidas necessárias. O grupo salienta ainda que trabalha dentro das determinações da lei 7102 e que não opera com armas de air soft, fato que também será investigado pelas partes. Por fim, a empresa reforça que a abordagem ocorreu no momento em que o jovem saía da loja com itens não pagos e que lamenta qualquer postura que tenha sido tomada por seus funcionários em total desacordo com as políticas do Grupo G8 e exigidas pelo Pão de Açúcar”.
Confira na íntegra o relato de Luciana: